Baseado nos textos:
Revista Manchete Rural nº. 27, Viviane Novaes, Junho de 1989.
Entrevista de Pedro de Paulo Osorio Ferreira ao Sr. Juca Coelho, Setembro de 2011.
Imagens: Manchete Rural nº. 27, João Silva, Pedro de Paulo Osorio Ferreira e Paulo Antunes Jr.(rótulo)
Era com a mensagem “Um brinde à saúde” que o comerciante Alcino Coelho, já falecido, levava adiante sua pequena indústria de cerveja natural, fundada, em meados de 1985, como Nutrimalte Indústria e Comércio de bebidas Ltda, na localidade de Parada das Flores em Mury, distrito de Nova Friburgo - RJ, no Km 72 da rodovia Rio-Friburgo (RJ-116), em frente da antiga churrascaria Quari Quara, a cerveja era fabricada no segundo andar de um prédio, nas lojas do térreo eram vendidas as cervejas, queijos, etc. e havia ainda, um porão que servia de depósito.
Produzindo aproximadamente 1000 litros por mês de três tipos de cerveja: münchen, malzbier e pilsen da marca Mury nome do distrito de Nova Friburgo, onde morava e mantinha a loja de quitutes e bebidas.
Para isso, contava com a ajuda de seus quatro filhos, o que certamente reduzia a zero seus custos com mão-de-obra. Assim, a cerveja que fabricava tinha um custo de NCz$ 0,08 (oito centavos de Novos cruzados) a garrafa one-way e NCz$ 0,10 a comum, sendo vendida a NCz$ 0,40 e NCz$ 0,60, respectivamente. A garrafa one-way – aquela descartável – tinha mais saída, sobretudo para aquelas pessoas que jamais provaram uma cerveja natural. Só os fregueses habituais de seu Alcino trocavam as garrafas vazias pelas cheias.
Ela era vendida em Nova Friburgo, em Teresópolis e em alguns lugares da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Para montar sua indústria caseira, ele passou por uma série de procedimentos na legalização do produto e das instalações. O registro do produto obedeceu à Lei 5.823 de 14/11/72 e foi expedido pela Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária e Secretaria de Inspeção de Produto Vegetal. O governo federal exigia que a água fosse de excelente qualidade e retirada de nascente. Aliás, este requisito é o grande segredo da cerveja, que determina seu sabor e qualidade. As instalações também obedeceram à legislação e, entre outras exigências, deviam ter quatro metros de pé direito (altura).
Em maio de 1986, a firma foi alterada para Ceva Malte Cerveja Natural Ltda.
Na fabricação da cerveja natural, seu Alcino utilizava um moedor, um recipiente para cozimento de aço inoxidável, tanque para decantação, máquina de lavar garrafa, máquina de engarrafar, filtros e termômetro. Somando-se esses equipamentos às melhorias que foi obrigado a fazer em suas instalações, o comerciante estimou um custo de NCz$ 60 mil. A única dificuldade de seu Alcino era a compra de garrafas que não consegue encontrar em maior número pelas redondezas de Friburgo. Fatalmente, recorre ao Rio de Janeiro e se depara com outra dificuldade: O transporte. Para resolver esse problema e passar a produzir cinco mil litros por mês, deveria adquirir dois veículos num consórcio. Por enquanto, só vende seu produto a varejo, dentro da filosofia que acredita: “Começar devagar, crescer aos poucos”.
Um de seus filhos, Juca coelho, era um dos que ajudavam seu pai na produção, mas logo que entrou na faculdade de odontologia passou a ficar com menos tempo para ajudá-lo. Depois de formado e exercendo a profissão, teve que parar de ajudar. Com isso ele foi desanimando aos poucos e parou a produção e acabou fechando no final dos anos 90.
A primeira foto mostra o que sobrou do local onde ela era fabricada e vendida. Na segunda, aspectos de um dos cômodos do porão da cervejaria, cheio de garrafas variadas abandonadas. Não foi encontrada nenhuma garrafa da cerveja Mury com rótulo, visto que houve alagamento de aproximadamente 1m no porão, talvez em função da tragédia climática de Nova Friburgo que fez subir o rio Santo Antônio (logo aos fundos).
Produzindo aproximadamente 1000 litros por mês de três tipos de cerveja: münchen, malzbier e pilsen da marca Mury nome do distrito de Nova Friburgo, onde morava e mantinha a loja de quitutes e bebidas.
Para isso, contava com a ajuda de seus quatro filhos, o que certamente reduzia a zero seus custos com mão-de-obra. Assim, a cerveja que fabricava tinha um custo de NCz$ 0,08 (oito centavos de Novos cruzados) a garrafa one-way e NCz$ 0,10 a comum, sendo vendida a NCz$ 0,40 e NCz$ 0,60, respectivamente. A garrafa one-way – aquela descartável – tinha mais saída, sobretudo para aquelas pessoas que jamais provaram uma cerveja natural. Só os fregueses habituais de seu Alcino trocavam as garrafas vazias pelas cheias.
Ela era vendida em Nova Friburgo, em Teresópolis e em alguns lugares da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Para montar sua indústria caseira, ele passou por uma série de procedimentos na legalização do produto e das instalações. O registro do produto obedeceu à Lei 5.823 de 14/11/72 e foi expedido pela Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária e Secretaria de Inspeção de Produto Vegetal. O governo federal exigia que a água fosse de excelente qualidade e retirada de nascente. Aliás, este requisito é o grande segredo da cerveja, que determina seu sabor e qualidade. As instalações também obedeceram à legislação e, entre outras exigências, deviam ter quatro metros de pé direito (altura).
Na fabricação da cerveja natural, seu Alcino utilizava um moedor, um recipiente para cozimento de aço inoxidável, tanque para decantação, máquina de lavar garrafa, máquina de engarrafar, filtros e termômetro. Somando-se esses equipamentos às melhorias que foi obrigado a fazer em suas instalações, o comerciante estimou um custo de NCz$ 60 mil. A única dificuldade de seu Alcino era a compra de garrafas que não consegue encontrar em maior número pelas redondezas de Friburgo. Fatalmente, recorre ao Rio de Janeiro e se depara com outra dificuldade: O transporte. Para resolver esse problema e passar a produzir cinco mil litros por mês, deveria adquirir dois veículos num consórcio. Por enquanto, só vende seu produto a varejo, dentro da filosofia que acredita: “Começar devagar, crescer aos poucos”.
Um de seus filhos, Juca coelho, era um dos que ajudavam seu pai na produção, mas logo que entrou na faculdade de odontologia passou a ficar com menos tempo para ajudá-lo. Depois de formado e exercendo a profissão, teve que parar de ajudar. Com isso ele foi desanimando aos poucos e parou a produção e acabou fechando no final dos anos 90.
A primeira foto mostra o que sobrou do local onde ela era fabricada e vendida. Na segunda, aspectos de um dos cômodos do porão da cervejaria, cheio de garrafas variadas abandonadas. Não foi encontrada nenhuma garrafa da cerveja Mury com rótulo, visto que houve alagamento de aproximadamente 1m no porão, talvez em função da tragédia climática de Nova Friburgo que fez subir o rio Santo Antônio (logo aos fundos).
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