Baseado nos textos:
Do Cantão para Joinville – a Saga da família Schmalz - Wilson Gelbcke
Rua Visconde de Taunay - Recanto dos alemães às margens do ribeirão Mathias - Maria Cristina Dias
Na década de 1850, como em outras partes da Europa, a Suíça estava em colapso no mercado de trabalho. Assim, surgiram diversas oportunidades de emprego e recomeço de vidas na América.
Naturais de Nidau, Cantão de Bern, o mestre cervejeiro Albrecht Gabriel Schmalz, de 31 anos e sua esposa Margaretha Zenger Schmalz, de 32 anos, e seus cinco filhos: Johann Paul (João Paulo) de 8 anos, nascido no dia 5 de maio de 1844, Anna Margaritha de 7 anos, Sophia Katharina de 6 anos, Rosina de cinco anos e Rudolf de 2anos, receberam 1.750 francos de uma assembléia comunitária e embarcaram para o Brasil, partiram do porto de Hamburgo em18 de março de 1852.
A vinda do cervejeiro para Joinville ocorreu por acaso. Albrecht pensava em se instalar no Rio de Janeiro. Porém, chegou 15 dias atrasado ao porto de Hamburgo, na Alemanha, e perdeu o navio. O jeito foi buscar outra maneira de chegar ao Brasil e, sem conhecer a geografia local, imaginou que aportando no Sul seria mais fácil rumar para o Sudeste. Após 63 dias viagem no navio Emma & Louise, a família desembarcou em terra tupiniquim, chegando em S. Francisco - SC, em 20 de maio de 1852 e na Colônia no dia seguinte (21). A dificuldade de locomoção, entretanto, foi sentida logo na chegada e a família decidiu fixar raízes na região.
Quando os primeiros imigrantes desembarcaram no final do caminho que hoje se transformou na Rua Nove de Março e rumaram para as casas preparadas pela direção da colônia para abrigá-los, a colônia Dona Francisca já possuía três esboços de ruas. Eram pouco maiores que picadas abertas no meio da mata, partiam da chamada clareira do Jurapé e seguiam por três direções distintas, o Norte, o Oeste e o Sudoeste. Nesta última direção surgiu o caminho escolhido pelos primeiros alemães para se radicar, a "Deutsche Pikade", também conhecida como "Matthias Strasse", que posteriormente virou rua Comandante Saturnino Mendonça e chegou aos nossos dias conhecida como rua Visconde de Taunay (se pronuncia "toné"), uma das mais importantes vias de Joinville.
A Colônia Dona Francisca onde Albrecht Gabriel Schmalz e a família desembarcaram era muito diferente do paraíso tropical imaginado pelo imigrante. O que ele encontrou aqui foi mangue e uma inóspita floresta. Albrecht Gabriel não acreditava no que estava vendo. Tudo se resumia numa picada denominada Caminho do Jurapé, que ia do Rio Cachoeira, acompanhando um ribeirão chamado Mathias (...), até uma pequena clareira.
Em seguida, Albrecht adquiriu um lote na Deutsche Pikade, hoje conhecida como Rua Visconde de Taunay, o lote que recebeu da Companhia Colonizadora ficava ao lado do ribeirão Mathias. As águas cristalinas eram perfeitas para Albrecht Gabriel fazer o que ele sabia produzir de melhor: cerveja. Mas faltava o principal. Não havia cevada no novo lar e o clima da região impossibilitava o cultivo do cereal.
Ali construiu a residência dos Schmalz e semelhante a outras casas, rodeou de canteiros de milho, feijão e batata. O suíço resolveu então seguir uma receita que os incas já haviam colocado em prática na América pré-colombiana. Com as águas do Ribeirão Mathias, o milho da plantação e as máquinas trazidas da Suíça, nascia, então, a Cerveja Schmalz, a primeira cerveja artesanal da região. Albrecht Gabriel fez uma cerveja de milho. “O malte era feito pela germinação dos grãos de milho em água quente. Uma tina de madeira era usada para clareação e, depois, a fermentação e a maturação durava quase duas semanas”.
Naquele mesmo ano, 1852, a Colônia Dona Francisca mudou o nome para Joinville. Os colonos suíços não ficaram satisfeitos com as ideias nacionalistas do novo diretor da colônia, o alemão Benno von Frankenberg. Fundaram, então, uma comuna, com Albrecht Gabriel eleito conselheiro. Era o início da veia política dos Schmalz.
Ainda em 1852, no final do ano, falece sua filha Rosina.
Em 1854 nasceu em Joinville o primeiro filho brasileiro: Jacob.
Em 1856, foi fundada na casa da família Schmalz a primeira sociedade de canto coral de Joinville, a Gesangverein Helvetia, que atuou por mais de 80 anos na cidade.
Em 22 de dezembro de 1862, Albrecht Gabriel Schmalz faleceu com 41 anos.
Sua esposa, Margaretha com a ajuda dos filhos passou a administrar a cervejaria até 1880, quando foi vendida.
Sete anos depois, no dia 25 de maio de 1887, Margaretha morreu aos 67 anos.
Desde cedo os filhos de Albrecht Gabriel Schmalz começavam a se destacar em Joinville. João Paulo, que tinha oito anos quando chegou ao Brasil, ficou extasiado pela exuberância da flora e fauna da colônia. Durante toda a vida foi um observador e estudioso da natureza. Em 1913, a valiosa coleção de insetos, com mais 8 mil espécies, foi enviada para a exposição mundial de Chicago. Ele foi superintendente (cargo equivalente na época ao de prefeito) de 1883 a 1887. Tendo falecido em agosto de 1915.
Naturais de Nidau, Cantão de Bern, o mestre cervejeiro Albrecht Gabriel Schmalz, de 31 anos e sua esposa Margaretha Zenger Schmalz, de 32 anos, e seus cinco filhos: Johann Paul (João Paulo) de 8 anos, nascido no dia 5 de maio de 1844, Anna Margaritha de 7 anos, Sophia Katharina de 6 anos, Rosina de cinco anos e Rudolf de 2anos, receberam 1.750 francos de uma assembléia comunitária e embarcaram para o Brasil, partiram do porto de Hamburgo em18 de março de 1852.
A vinda do cervejeiro para Joinville ocorreu por acaso. Albrecht pensava em se instalar no Rio de Janeiro. Porém, chegou 15 dias atrasado ao porto de Hamburgo, na Alemanha, e perdeu o navio. O jeito foi buscar outra maneira de chegar ao Brasil e, sem conhecer a geografia local, imaginou que aportando no Sul seria mais fácil rumar para o Sudeste. Após 63 dias viagem no navio Emma & Louise, a família desembarcou em terra tupiniquim, chegando em S. Francisco - SC, em 20 de maio de 1852 e na Colônia no dia seguinte (21). A dificuldade de locomoção, entretanto, foi sentida logo na chegada e a família decidiu fixar raízes na região.
Quando os primeiros imigrantes desembarcaram no final do caminho que hoje se transformou na Rua Nove de Março e rumaram para as casas preparadas pela direção da colônia para abrigá-los, a colônia Dona Francisca já possuía três esboços de ruas. Eram pouco maiores que picadas abertas no meio da mata, partiam da chamada clareira do Jurapé e seguiam por três direções distintas, o Norte, o Oeste e o Sudoeste. Nesta última direção surgiu o caminho escolhido pelos primeiros alemães para se radicar, a "Deutsche Pikade", também conhecida como "Matthias Strasse", que posteriormente virou rua Comandante Saturnino Mendonça e chegou aos nossos dias conhecida como rua Visconde de Taunay (se pronuncia "toné"), uma das mais importantes vias de Joinville.
A Colônia Dona Francisca onde Albrecht Gabriel Schmalz e a família desembarcaram era muito diferente do paraíso tropical imaginado pelo imigrante. O que ele encontrou aqui foi mangue e uma inóspita floresta. Albrecht Gabriel não acreditava no que estava vendo. Tudo se resumia numa picada denominada Caminho do Jurapé, que ia do Rio Cachoeira, acompanhando um ribeirão chamado Mathias (...), até uma pequena clareira.
Em seguida, Albrecht adquiriu um lote na Deutsche Pikade, hoje conhecida como Rua Visconde de Taunay, o lote que recebeu da Companhia Colonizadora ficava ao lado do ribeirão Mathias. As águas cristalinas eram perfeitas para Albrecht Gabriel fazer o que ele sabia produzir de melhor: cerveja. Mas faltava o principal. Não havia cevada no novo lar e o clima da região impossibilitava o cultivo do cereal.
Ali construiu a residência dos Schmalz e semelhante a outras casas, rodeou de canteiros de milho, feijão e batata. O suíço resolveu então seguir uma receita que os incas já haviam colocado em prática na América pré-colombiana. Com as águas do Ribeirão Mathias, o milho da plantação e as máquinas trazidas da Suíça, nascia, então, a Cerveja Schmalz, a primeira cerveja artesanal da região. Albrecht Gabriel fez uma cerveja de milho. “O malte era feito pela germinação dos grãos de milho em água quente. Uma tina de madeira era usada para clareação e, depois, a fermentação e a maturação durava quase duas semanas”.
Naquele mesmo ano, 1852, a Colônia Dona Francisca mudou o nome para Joinville. Os colonos suíços não ficaram satisfeitos com as ideias nacionalistas do novo diretor da colônia, o alemão Benno von Frankenberg. Fundaram, então, uma comuna, com Albrecht Gabriel eleito conselheiro. Era o início da veia política dos Schmalz.
Ainda em 1852, no final do ano, falece sua filha Rosina.
Em 1854 nasceu em Joinville o primeiro filho brasileiro: Jacob.
Em 1856, foi fundada na casa da família Schmalz a primeira sociedade de canto coral de Joinville, a Gesangverein Helvetia, que atuou por mais de 80 anos na cidade.
Em 22 de dezembro de 1862, Albrecht Gabriel Schmalz faleceu com 41 anos.
Sua esposa, Margaretha com a ajuda dos filhos passou a administrar a cervejaria até 1880, quando foi vendida.
Sete anos depois, no dia 25 de maio de 1887, Margaretha morreu aos 67 anos.
Desde cedo os filhos de Albrecht Gabriel Schmalz começavam a se destacar em Joinville. João Paulo, que tinha oito anos quando chegou ao Brasil, ficou extasiado pela exuberância da flora e fauna da colônia. Durante toda a vida foi um observador e estudioso da natureza. Em 1913, a valiosa coleção de insetos, com mais 8 mil espécies, foi enviada para a exposição mundial de Chicago. Ele foi superintendente (cargo equivalente na época ao de prefeito) de 1883 a 1887. Tendo falecido em agosto de 1915.
4 comentários:
Bela postagem! Gostaria de ter saboreado essa cerveja! Todo sobrenome alemão tem um significado: Schmalz = banha de porco. Um abraço.
entrei mesmo nesse site, por que a minha bisa avó tem o sobre nome Schmalz e estava procurando a origem, o nome todo dela é Elaia Augusta Schmalz um sobrenome diferente e interesante
Muito oportuna a postagem. Gostaria de saber para quem foi vendida a cervejaria; se alguém puder me ajudar responda para email augustinhoribeiro@gmail.com
Obrigado
Gostaria de postar esta História no meu perfil no facebook. Aguardo o retorno.
Meu e-mail sanhrod@gmail.com
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