domingo, 15 de maio de 2011

Cervejaria Ernesto basta / Alta Paulista / Bavária S/A




Em 1898, chegou ao Brasil Salvador Basta (Salvatore) nascido em 1890, na Calábria, Itália, vindo para São José do Rio Preto - SP e mudando posteriormente para Cravinhos - SP. Casou-se com Vicenza Cacciaro Basta. Veio para Marília - SP em 1928, onde fundou com seus filhos a Cervejaria Progresso, fábrica de bebidas e destilaria, fabricava guaraná e vinagre na Vila São Miguel, depois sucedidos por seus filhos que iniciaram fabricação de cerveja.

Ernesto Basta, seu filho, nasceu no dia 15 de setembro de 1912, na cidade paulista de Cravinhos. Ainda menino já trabalhava com o pai, com quem seguiu até se casar em 1932 com Irma Anzanello. Ernesto e Irma tiveram quatro filhas: Dalva (casada com Nestor de Azevedo Falcão), Deise (casada com Nicolau Abramides), Dirce (casada com Waldir Cardani) e Darci (casada com Carlos Alberto dos Santos Silva).

Com a proximidade do casamento, entendeu que era preciso ter seu próximo negócio e adquiriu os equipamentos necessários para a instalação de uma fábrica de refrigerantes. Em 1933, depois de casado e com o equipamento adquirido, instalou a sua primeira fábrica de refrigerante. Em Marília, além da fabricação de refrigerantes, passou a comercializar bebidas importadas e a fabricar cerveja.

Publicado no Diário Oficial de São Paulo de 2 de agosto de 1938 sob o nº.51541, a constituição, em 22 de julho de 1938 na Vila São Miguel, da sociedade solidária Ernesto Basta & Irmãos Comércio e Indústria de Bebidas - Destilaria Basta, com o capital de 62:640$000 (sessenta e dois contos e seiscentos e quarenta mil réis) em partes iguais para os sócios (irmãos): Ernesto, Domingos e Leonildo Basta. Fabricavam a cerveja Basta e Bastinha (cerveja preta).
Publicado, em 19 de maio de 1951, no Diário Oficial de São Paulo o registro nº. 131.050 da assembléia de 6 de março de 1951 que elevou o capital de Cr$600.000,00 para Cr$1.000.000,00.

Publicado, em 20 de setembro de 1952, no Diário Oficial de São Paulo o registro nº. 146.353, da alteração feita em 1 de setembro de 1952 em que a sociedade Ernesto Basta & Irmãos foi transformada na sociedade solidária Ernesto Basta, Irmãos e Cia. Tendo o seu capital social elevado de Cr$1.000.000,00 para Cr$12.000.000,00. Sendo Cr$3.056.000,00 de Ernesto Basta, Cr$3.057.000,00 de Domingos Basta, Cr$3.057.000,00 de Leonildo basta e o acréscimo dos novos sócios Eucherio Graziadei Amado com Cr$2.800.000,00, Amélio Guilherme Forini com Cr$10.000,00, Palmyro Moro com Cr$10.000,00 e Samuel Augusto Manaresi com Cr$10.000,00.


Através da assembléia realizada em 6 de setembro de 1952 a sociedade solidária Ernesto Basta, Irmãos & Cia. foi transformada em sociedade por ações sob a denominação de Cervejaria Alta Paulista S.A. Indústria de Bebidas, com o capital integralizado de Cr$12.000.000 (doze milhões de cruzeiros) divididos em 12.000 ações no valor de Cr$1.000,00 cada uma, distribuídas da seguinte forma: Ernesto Basta com 3056, Domingos Basta com 3057, Leonildo Basta com 3057, Eucherio Graziadei Amado com 2.800, Amélio Guilherme Forini com 10, Palmyro Moro com 10 e Samuel Augusto Manaresi com 10 ações. A Cervejaria Alta Paulista, na época, era a única da região.

Foi registrada em 24 de maio de 1954, na Junta Comercial de São Paulo, sob o nº. 85521 as atas das assembléias de 30 de novembro e 20 de dezembro de 1953 que elevaram o capital de Cr$12.000.000,00 para Cr$18.000.000,00 e aprovaram a participação da firma numa indústria de fabricação de garrafas, a Vidraria Marilia S.A.

Neste mesmo ano de 1954 entrou em funcionamento a fábrica de garrafas que durou somente até 1955 quando a Companhia Antárctica Paulista - Indústria Brasileira de Bebidas e Conexos (IBBC) assumiu o controle acionário constituindo a sua subsidiária Cervejaria Bavária S.A. Indústria Brasileira de Bebidas e Conexos e não aceitou a garrafa cujo gargalo dificultava o engarrafamento mecânico da cerveja lançada, a Bavária Chopp.

Neste ano de 1955, a convite do então prefeito penapolense, Joaquim Veiga de Araújo, Ernesto transfere-se para Penápolis e monta a primeira indústria de garrafas de vidro. A empresa foi instalada na Avenida Antônio Veroneze, Vila América, entre as ruas Guanabara e Guaporé e chamava-se São Joaquim.

Domingos De Léo e Ernesto Peterson, os primeiros gerentes, construíram do outro lado da Avenida Castro Alves, um outro prédio bem próximo à linha do trem da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Ligando os dois prédios ainda há uma passagem subterrânea sob a avenida.

No final da década de 50, a Cervejaria possuía diversos pavilhões em Marília. Era uma monumental indústria de bebidas e refrigerantes, que fabricava Cerveja Bavária Chopp, Chopp Bavária, Guaraná Caçula, Guaraná Champagne, Pinguim e Águas.

De importância muito grande pelo número de empregados, com assistência social e hospitalar, posição geográfica privilegiada, abastecia diversas zonas, trazendo grandes recursos econômicos ao Município.

Em 1 de junho de 1959 falece Domingos Basta.

Em 1962 a fábrica de cerveja passou a chamar-se Companhia Antárctica Paulista, desaparecendo a Cerveja Bavária Chopp e passando a fabricar somente refrigerantes.

Em 1963 Ernesto se mudou, com a família, para São Paulo e no dia 15 de janeiro de 1975, falece em um acidente automobilístico, nas proximidades de Jaú. O corpo, juntamente com o da esposa, que havia falecido anteriormente, está sepultado na cidade de Cravinhos.

Em 22 de novembro de 1979, falece em Marília, com 89 anos, o patriarca Salvador Basta.
A gerência continuou com Domingos De Léo que aposentando deixou a administração para Adelmo Foresto. Os refrigerantes passaram a ser produzidos na filial de Bauru. Com a grande venda de seus produtos e necessitando aumentar o espaço da indústria, a Antárctica desejou ampliá-la em Marília cogitando a compra da grande área da Matarazzo que estava desativada. Não conseguindo fazer o negócio, optou para centralizar tudo em Jaguariúna - SP.

Desativado no início da década de 90, o prédio foi vendido para o empresário Rui Rocha de Souza e a partir de 2005 ali foi instalado o campus da FATEC (Faculdade de Tecnologia) de Marília, que iniciou as suas atividades em março 2006, com o curso superior de tecnologia em alimentos.

18 comentários:

Flavio Roese disse...

Olá Carlos,
Parabéns pelo teu blog e pelo belo
trabalho histórico que tu realizas.

Grande Abraço.

Anônimo disse...

Lucia moro veltrini gostei muito do comentário sobre a cervejaria dos meus tios

Anônimo disse...

boa noite
sou neto de Octavio Pericles de Azevedo Falcão , Nestor de Azevedo Falcão é meu tio , sou filho de Neuza de Azevedo Lima ,antes Falcâo , casada com Luiz Gomes de Lima Filho -ambos falecidos -tive a muitos anos um contacto com meu tio ,quando ele veio a Niteroi - depois nunca mais tive noticias . meu nome é Jorge Luiz de Azevedo Lima , moro em São Gonçalo -Estado do Rio de Janeiro e o meu email é jorgeully@terra.com.br . obrigado

Anônimo disse...

permitam-me solicitar a seguinte retificação: um dos cotistas citados acima: Nelio Guilherme Fiorini, não é NELIO... mas sim AMÉLIO Guilherme Fiorini, cunhado dos Srs, Ernesto Basta, Leonildo Basta e Domingos Basta. O Sr. Amélio era casado com a Sra. Anita Basta Fiorini, uma das irmãs dos Srs. Ernesto Basta, Leonildo Basta e Domingos Basta.

Denilson disse...

Sou de Marília e meu pai trabalhou durante 9 anos na cervejaria na década de 70. Hoje com 80 fala com grande saudades. Parabéns pelo blogs.

patriciabasta disse...

Parabéns ao blog, sou de Marília e fiquei feliz de ouvir essa historia, sou neta de Dirceu domingos Basta, filho de Domingos Basta.

Anônimo disse...

Você sabe como a cervejaria Antárctica Paulosta passou ao controle subsidiário da cervejaria Bavária Chopp ? meu nome é Alex Basta M. sou neto de Leonildo Basta, eu sei ... triste, nasci em 1979 e meu avô sempre contava as histórias que vc descreveu acima e muitas outras, ele faleceu há cerca de 12 anos com 89 anos.

PH Falcão disse...

Muito legal, sou neto de Dalva Basta e Nestor de Azevedo Falcão, já ouvi muito eles falarem desta história e poder ler sobre isso é bem gratificante!

Unknown disse...

Sou tataraneta do Salvador Basta, bisneta do Domingos! Orgulho demais da minha Família!

Izabella Basta disse...

Sou tataraneta do Salvador Basta e bisneta de Domingos Basta, orgulho demais dessa família!

Anônimo disse...

Ótimo artigo desvendando essa bela história .Estive a serviço na Cervejaria Bavária em 1977 , a qual primava pela organização e limpeza , comandada pelo mestre cervejeiro Sr Karl Muller e administração pelo Sr Adelmo Foresto , acima mencionado .

Anônimo disse...

O Gerente Adelmo Foresto que assumiu em 1979 a empresa foi patrão do meu pai durante 25 anos, estar do lado dele era como ter um avô que nunca tive! Ele partilhava comigo suas experiências, seus conhecimentos e suas histórias todo sábado a tarde debaixo da sombra do barracão do sítio que morávamos tomando seu café e fumando seu cigarro... Tive tantas tardes de sábado proveitosas ao lado dele que hoje recordo com saudade ao passar no antigo prédio e lembrar que o "Vô" gerenciou aquela empresa durante 35 anos com punhos de ferro.
Parabéns pela pesquisa!! Quem conhece a história fica grato com terna leitura!

Anônimo disse...

meu pai trabalhou de 75 ate o ultimo dia de funcionamento no dia 04 de outtubro de 93,devemos muito a essa otima empresa.......saudades

fabiano disse...

meu pai tabalhou de 75 a 93 era chamado de pernambuco trabalhou no refeitorio

Anônimo disse...

Texto valioso , para ler e reler sempre , como agora . Trabalhei na Antarctica São Paulo - Matriz e conheci a Filial de Marília desde a década de 70 até sua desativação . Equipamentos antigos porém conservação e limpeza primorosa , garantiam qualidade e produtividade , aos cuidados do diplomático Sr Adelmo Foresto na Administração e do enérgico mestre cervejeiro Karl Muller e depois Renato Horn na Produção Industrial . " De tirar o chapéu " Sem falar das deliciosas balas da Airilam que nos remetiam daquela cidade .

Anônimo disse...

Eu sou muito grata por ter trabalhado nesta empresa, desde o ano de 1975 a 1993 qdo a Antarctica estava fechando. Foi muito bom p mim ter trabalhado durante esses anos, devo a minha casa q tenho é quase tudo q possuo. Obrigado, obrigado, obrigado!!!!

Anônimo disse...

O Sr. Karl Mulher morava aqui próximo ao aeroporto e tinha uma cervejaria em casa .

Anônimo disse...

Não sei ele é vivo ainda .

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