sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cervejaria Gloria / E. Engelhardt & Cia.


Texto: Ademar Campos Bindé - Jornal O Reporter - 29 de maio de 2010.
Fotos: Coleção Família Beck - Acervo MADP

Sua história começa em 1882. Quando, incentivados pelo presidente da Província do Paraná, Lamenha Lins, muitos imigrantes vindos da Europa chegaram e se estabeleceram em Curitiba. Muitos procuraram o meio rural; outros, citadinos, buscaram fazer trabalhos que já conheciam: eram pedreiros, marceneiros, ferreiros e funileiros. Os que se radicaram no campo, desenvolveram o cultivo do centeio e da cevada. A cevada era (e é) usada na fabricação da cerveja; o centeio, misturado à farinha de trigo, deu vida às broas.

Entre eles, o alemão Friedrich Philipp Ludwig Eduard Engelhardt, nascido em 1851, era pedreiro e carpinteiro na Alemanha, e que, como tantos, trabalhou na construção da catedral de Curitiba.

Em 1884, o primeiro Engelhardt “curitibano” então com 33 anos de idade, casou com Carol Iser. Logo sofreu um acidente, quebrou um braço e algumas costelas, deixando o trabalho na catedral.

Foi um dos primeiros imigrantes alemães a tornar-se dono de uma cervejaria, em 1885 montou a Cervejaria Glória.

Em 13 de julho de 1893, Eduard Engelhardt registra a cerveja Fafel Bier sob o nº13 da Junta de Comércio do Paraná.

Seu filho Eduardo Engelhardt, com apenas 14 anos, deixou a cervejaria e foi aprender o ofício de padeiro na Padaria Batel, de Guilherme Bürgel. Foram os primeiros passos para ter sua própria padaria, que era também armazém de secos e molhados, e foi aberta em 1913, na esquina das ruas Sete de Setembro e Alferes Poli – ao lado da cervejaria do pai, de onde saía o fermento para o pão.

O estabelecimento ganhou em 1914 o nome de Padaria America quando houve a mudança de endereço para a então Rua América, hoje Rua Trajano Reis.

Em 1915, a Cervejaria Glória fechou e o padeiro Engelhardt saiu à procura de outro fermento. Como exigia qualidade, montou um pequeno laboratório e nele desenvolveu seu fermento: feito de um misto de cevada e de batata. Na década de 1930, o fermento industrializado Fleischmann foi lá experimentado e lançado nacionalmente.

De lá para cá, Ewaldo Ernesto (Bruda), o neto Alfonso Eduardo e, hoje, o bisneto Eduardo Henrique, assumiram o trabalho na padaria.

Em recente publicação nacional celebrando o pão e a indústria da panificação, a curitibana Padaria América foi considerada a mais antiga do país, ainda nas mãos da mesma família.

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela matéria. A família Engelhardt - Padaria América agradece imensamente a oportunidade de relembrar nossa história.
Mais uma vez, o nosso muito obrigado.

Gostaria de pedir sua autorização para divulgarmos esta matéria em nosso site. (americapadaria.com.br)

Segue meu e-mail: patriciapadariaamerica@hotmail.com

Att,

Patricia Taguchi - Padaria América

Anônimo disse...

Historia de trabalho que nós descendentes nos orgulhamos e seguimos escrevendo.

O.Adolfo Engelhardt jr

Prof. Edson Bonu disse...

Belissima história.

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