A cervejaria precursora da Cervejaria Polar foi fundada em 10 de outubro de 1912, no município de Estrela, no Estado do Rio Grande do Sul, sob o nome de “Sociedade em Comandita Júlio Diehl & Cia".
A 20 de outubro de 1912 reuniram-se os fundadores da firma, para procederem a 1ª chamada de capital e em 22 de outubro foi feito o primeiro depósito no extinto Banco Pelotense.
A 24 de outubro, foram adquiridos de Ruschel e Irmãos, 3 terrenos no valor de então “Quatro Contos de Réis”, conforme escritura feita pelo então notário Adolfo M. Ribeiro, é possível que a Cervejaria Estrela fundada por Pedro Ruschel em 1872 tenha sido parte desta negociação.
A empresa Júlio Diehl & Cia foi oficialmente registrada no dia 16 de abril de 1914, situada na Rua Marechal Deodoro 16, Estrela – RS.
A cerveja Aurora foi uma das primeiras marcas da empresa.
Fazia parte dessa sociedade Luiz Ignácio Müssnich que desde 1908 era sócio da empresa Dexheimer, Müssnich & Cia que era um empório comercial, com importação de ferro, aço, máquinas; depósito de cereais, cimento, carbureto, telhas de zinco, arame, equipamentos agrários, camas de ferro, fogões, desnatadeiras, serras de engenho, moinhos, locomóveis e máquinas em geral, essa empresa foi agente do Banco da Província até 1913 quando a firma se desfez. O Banco da Provincia criou uma agencia e Müssnich assumiu a gerência do Banco.
Mais tarde, Leonardo Kortz, Conselheiro municipal, capitalista e também fabricante de licores e vinagre, estabelecido na Rua Júlio de Castilhos: "Neste afamado estabelecimento que tem passado por grandes reformas de todos os seus serviços encontra-se bebidas as mais puras e mais bem preparadas, de toda a qualidade", se associou a Dexheimer e em 1919 adquiriram grande parte das ações e assumiram a fábrica de cerveja, constituindo uma nova razão social e passando a denominar-se Kortz, Dexheimer & Cia - Fábrica de Cerveja Estrellense, produzindo a cerveja Stern Brau.
Tendo como sucessor, a partir de 1922, Luiz Ignácio Müssnich que havia se associado a Hans Wirz na construção da fábrica de Turbinas Hidráulicas H. Wirz & Cia., a quem foi vendendo sua parte e adquirindo mais ações da fábrica de cerveja.
No inicio de 1925 a Cervejaria lança uma cerveja stout com a marca Estrella.
Luís Inácio Müssnich, foi pioneiro em Estrela na perfuração de um poço artesiano, junto à fábrica de cerveja, executada em 21 de junho de 1925, numa profundidade de 207 metros. Não serviu apenas para a indústria da cerveja, fornecendo água para o Colégio Santo Antônio e a quem necessitava na época de estio.
Como sócio majoritário, a partir de 1927, assumiu a Cervejaria e alterou sua denominação para Fábrica de Cerveja Estrella, administrando-a até falecer em 11 de outubro de 1935.
Após seu falecimento, sua viúva Amália Ruschel Müssnich junto com as filhas passaram a administrar a cervejaria que passou a denominar-se Fábrica de Cerveja Estrela - Viúva Luiz I. Müssnich.
A fábrica de Cerveja Estrella produzia as cervejas: Estrela (Pilsen), Iris (Branca), Viva, Combate, Estrela tipo Bock, Creoulinha, Preta tipo München, Estrela Stout (pretas) e Zulu - a cerveja das senhoras (malzbier ?).
Alguns anos após a razão social foi modernizada sendo registrada como Cervejaria Estrêla - Viúva Luiz I. Muessnich (Müssnich).
Este cartaz de propaganda mostra bem a diversidade dos produtos da cervejaria nessa época.
O grande impulso no setor, no entanto, estava reservado para 1945, quando empresários santa-cruzenses adquiriram a Cervejaria Estrela, tradicional empreendimento do município estrelense, no Vale do Taquari, tendo como incentivador o Senhor Jean Hanquet Imigrante belga, radicado em Santa Cruz do Sul, que convidou para assumir a fábrica da Cervejaria Estrela S. A, o empresário, à beira da falência, Arnaldo José Diel, seu cunhado que veio residir em Estrela.
A fábrica permaneceu no local, onde chegou a gerar mais de 800 empregos. A sua administração, no entanto, passou a ser em Santa Cruz, na Rua Fernando Abott esquina com a Venâncio Aires, onde hoje se situa a loja Costaneira. No local, além dos escritórios, havia também um amplo depósito e centro de distribuição.
A mudança de comando trouxe uma alteração decisiva para o futuro do empreendimento. Neste ano a cervejaria passa a denominar-se Polar S/A – Indústria, comércio e agricultura, marca que acabou consagrada no Estado. Em sua edição de 15 de janeiro de 1946, a Gazeta publicou a ata de constituição da nova cervejaria, conforme assembleia de 25 de outubro de 1945. Edgar Gruendling foi eleito presidente.
O crescimento foi excepcional. Em 1945, ela produzia 609,2 mil garrafas. Três anos depois, em 1948 com a administração santa-cruzense, o número praticamente dobrou: 1,1 milhão de garrafas.
Em 1957, foi lançada ainda a cerveja Polar Chopp em garrafa ou barril e produzia, ainda, Guaraná Frisante, Água Estrela, Soda Laranja, Gasosa Cristal e Água Tônica.
Em dezembro de 1962, em Estrela, uma grande festa marcou os 50 anos da Cervejaria Estrela e, por consequência, de sua sucessora, a Polar. Na época, a Cervejaria comemorava a marca de 12,8 milhões de garrafas produzidas.
No ano do Jubileu de Ouro, 1962, a cervejaria de Estrela tinha como Gerente o Sr. Odilo A. Thomé, Assistente de Diretoria o Sr. Flávio Jaeger e Inspetores de vendas os Srs. Armindo Scheibe, Oscar Chaves Garcia e José Valeriano Moraes sob a administração Comercial de Arnaldo J. Diel.
A Cervejaria tinha como técnicos Petar e Dragutin Hirtenkauf, naturais de Mitrovica, Iugoslávia que depois de passar por inúmeras dificuldades durante a Guerra Mundial, da Alemanha estabeleceram-se em São. Paulo. Em 1950, mudaram-se para Estrela, indo trabalhar na Polar.
Neste ano de seu cinqüentenário (1962) além dos rótulos ganharem um novo logotipo com um elegante número 50 e o dístico "cinquentenário - 1912 - 1962" a empresa exibia comercial da cerveja marca “Casco Escuro” com o slogan: “Polar criou, a nação inteira consagrou” ou “A cerveja mais cerveja do Brasil”. Os impostos recolhidos pela cervejaria foram de CR$ 70.000,000,00 (setenta milhões de cruzeiros).
Em 31 de janeiro de 1969, a razão social de Polar S/A - Indústria, Comércio e Agricultura foi alterada para Cervejaria Polar S/A.
Foi a época áurea da produção, especialmente com o lançamento da Polar Export. O sucesso se deve aos técnicos, pai e filho, Petar e Dragutin Hirtenkauf. Nesta época a empresa procedeu a embarques para Ceará e Maranhão entre outros estados do Brasil
Em 1972 a Polar S/A, que empregava em torno de 800 cervejeiros, é adquirida pelo Grupo Antarctica Paulista e a partir desta data recebe grandes incentivos do município como doação de áreas de terras em 1973 e 1987.
Em 1995 triplica o lucro da Antarctica/Polar no Rio Grande do Sul chegando a R$ 46.853.000,00 (quarenta e seis milhões oitocentos e cinqüenta e três mil Reais). Neste ano os cervejeiros receberam participação nos lucros da empresa.
Em 1997 aprofunda o processo de reestruturação produtiva iniciado em 1992.
Em 02 de julho de 1999 eclode a notícia da Mega-Fusão das maiores cervejarias do Brasil, ou seja, Brahma e Antarctica, efetivada em 19 de abril de 2000 após aprovação do CADE.
A Companhia de Bebidas das Américas — detentora da marca da cerveja Polar — desmentiu, em 30 de maio de 2000, a venda da fábrica de Estrela, na época com 205 funcionários e a produção mensal média de 775 mil dúzias de garrafas.
Em 2001 a empresa fecha aos poucos em Estrela. Em 2002, ocorre demissão em massa de cervejeiros. Em maio de 2002, não tinha mais que 85 funcionários, apenas engarrafando a cerveja feita em Montenegro.
Em 20 de abril de 2006 a multinacional Ambev anunciou a desativação da fábrica de cervejas de Estrela.
Com aprovação unânime da Lei nº 4.548, de 18 de dezembro de 2007, o Legislativo autorizou o Executivo a efetuar a compra dos imóveis, pertencentes à Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), que compunham o complexo onde funcionava a Cervejaria Polar pelo preço final de 1 milhão e 400 mil Reais em 36 parcelas.
A aquisição foi executada pela Prefeitura de Estrela em conjunto com o Grupo Conpasul. Conforme mensagem justificativa, na parte pertencente à Prefeitura de Estrela, a compra se dá com o intuito de permitir a abertura de vias públicas ali existentes, fechadas pela companhia com autorização da prefeitura por volta de 1973, utilizar a Estação de Tratamento com a finalidade de poder tratar o esgoto do Centro, Bairro Cristo Rei, Bairro Alto da Bronze e arredores; permitir o acesso à parte turística do Rio Taquari; proporcionar o uso das dependências da antiga indústria, além de centralizar os atendimentos criando um Centro Administrativo da Prefeitura. Na parte adquirida pelo Grupo Conpasul deve ser abrigada a empresa coligada Rhodoss.
As ruas foram reabertas em outubro de 2008.
4 comentários:
FALTOU POSTAR O ROTULO DA POLAR EXPORT EM PAPEL ALUMINIO COM AQUELA AGUIA ,QUE FOI CRIADO PELO PROPRIO MESTRE CERVEJEIRO DRAGUTIN HIRTENKAUF
Gostei de ler a historia dessa cervejaria. Valeu!
Uma dúvida... até o lançamento da Casco Escuro, as garrafas eram brancas?
Postar um comentário