segunda-feira, 31 de maio de 2021

Henrique Leiden & Cia / Imperial Fábrica de Cerveja Nacional de Henrique Leiden




Durante anos, a maior parte da cerveja consumida era importada, nos anos 1830 surgiram as primeiras experiencias de produção da bebida na cidade fazendo nascer a ideia de estabelecerem-se, nesta cidade, cervejarias.

Em 1848, Henry Joseph Leiden (Henrique Leiden) iniciou suas atividades de fabricação de cerveja na rua Princeza dos Cajueiros, passando logo após para a Rua de Matacavallos 78, atualmente Rua do Riachuelo, nessa rua, que se localiza numa região fronteiriça do centro no limite entre o rural e o urbano, a caminho da Tijuca, foi fundada uma empresa que teria maior importância e longevidade: A Fábrica de Cerveja nacional de Henrique Leiden. O proprietário nascido na Argélia, filho de pai alemão, mãe francesa e oito irmãos, era casado com Amalie Maria Christina Leiden (solteira Kruss).

Ccom o sucesso do negócio logo abriu um depósito na Rua do Cano, atual Rua Sete de Setembro facilitando a distribuição do produto. Além disso implantou um sistema de entrega em casa.

Em 1852, Henrique Leiden pede à Commissão de Industria Manufactureira da Sociedade Auxiliadora da Industria nacional, o privilégio por vinte anos para a fabricação de cerveja nesta corte. O parecer da Commissão foi de que o Sr. Leiden não merece um favor tão grande quanto pede, porém que uma indústria como a do Sr. Leiden no pé em que está, porem imperfeita, merece algum favor do governo podendo ser a concessão de um privilégio por cinco anos. Nessa época a fábrica já contava com três empregados.

Em 1853, Henrique Leiden funda uma fábrica em Petrópolis, fato comprovado pelo relatório do Conselheiro Luiz Antonio Barbosa, presidente da Colônia de Petrópolis onde afirma a existência, nesse ano, de três fábricas de cerveja (presume-se que sejam as Carlos Rey, Luiz Augusto Chedel e Henrique Leiden).

Em 27 de maio de 1855, o Correio Mercantil publica o informe de que Henrique Leiden acaba de estabelecer na Rua da Assembleia 79 um depósito de cerveja de sua fábrica. Nesse ano sua fábrica já conta com dez operários livres, sendo oito homens e duas mulheres e nenhum escravo.


Em 2 de outubro de 1858, o Jornal do Comercio publica o informe que o Henrique Leiden deu sociedade de sua fábrica à Louis Jaeger passando a girar sob a firma Henrique Leiden & Cia.


Em 17 de janeiro de 1859, o Jornal do Comercio publica o anúncio da dissolução da sociedade entre Henrique Leiden e Carlos Bernsau que girava em Petrópolis sob a firma Henrique Leiden & Cia., ficando o ativo e o passivo a cargo do sócio Carlos Bernsau (esse sobrenome aparece de diversas maneiras: Bernsau, Bernsan, Bernson, Berenson)

Ainda em 1859, Henrique Leiden vende a sua filial da “Imperial Fabrica de Cerveja Nacional de Henrique Leiden” (Henrique Leiden & Cia) Em Petropolis, na Rua Princeza Dona Leopoldina nºs 16, 18 e 20, conhecida pela população como Rua dos Artistas (depois Rua 7 de Abril e hoje rua Alfredo Pachá), para Henrique Kremer que passa a se chamar “Imperial Fabrica de Cerveja de Henrique Kremer”.

Em 7 de maio de 1861 o jornal Diário do Rio de Janeiro publica que o Tribunal do Comércio recebeu na semana passada para registrar o contrato social entre Henrique Leiden, Leon Leiden (seu sobrinho) e Alexandre Maria Villa-Boas para uma fábrica de cerveja com o capital de 32:667$394 Rs sob a firma Henrique & Cia.


Ainda em 1861, Henrique Leiden apresentou ainda outra novidade. Abriu um “[...] salão para famílias, no qual se acharão todos os sorvetes, gelados, fôetes e mais refrescos da melhor qualidade” (CORREIO MERCANTIL, 1861, p. 3). O proprietário assegurava que eram similares aos oferecidos pelas grandes confeitarias da capital. Henrique Leiden, todavia, foi um dos pioneiros do país a fabricar o “gelo artificial”11. Com isso pôde oferecer sorvete durante todo ano, além de potencializar a venda de cervejas.

Pelo decreto de 14 de outubro de 1862, depois de grande debate público, Leiden recebeu o privilégio de explorar o mercado de gelo. Nesse ano, fez várias demonstrações na Escola Central, contando com a presença de deputados, senadores e negociantes (CORREIO MERCANTIL, 1862, p. 1).

Em 3 de maio de 1864, o Jornal do Comércio publica que foi feito um contrato social entre Leon Leiden e Augusto heyn para fabricar cerveja na rua de Matacavallos 76 e 78 nesta Côrte com o capital de 45:000$000 Rs, sob a firma Leon Leiden & Cia.


Em 12 de junho de 1864 falece Alexandre Maria Villas-Boas, com isso foi desfeita a sociedade e Leon Leiden, sobrinho de Henrique, assume a firma.


Em 1866, a Imperial Fábrica de Cerveja Nacional de Leon Leiden & Cia. passa a ter como endereço a Rua do Riachuelo 76 e 78 e passa a ser uma fábrica a vapor e já conta com 32 empregados

Em 1870 é provavel que tenha ocorrido o falecimento de Henrique Leiden pois o Almanack Laemert de 1871 (referente ao ano de 1870) passa a fazer referencia à esposa de Henrique Leiden como Viúva Leiden.

Em 20 de maio de 1870 Leon Leiden convoca seus credores e avisa não ter condições de pagar suas dívidas, seus credores fizeram um acordão em que autorizavam a liquidação da firma e a venda de seus bens.

Em 5 de agosto de 1870 o Jornal do Comercio publica anuncio de leilão de carroças e animais pertencentes à fábrica de Leon Leiden.

Em 13 de outubro de 1870, atendendo requerimento do Dr. Firmo de Albuquerque Diniz procurador dos credores afirmando que não foi cumprido o acórdão, o Dr. Theodoro Machado Freire Pereira da Silva, juiz de direito da 1ª vara de comercio nesta corte, proferiu a sentença de abertura da falência a partir de 13 de setembro.

Em 12 de dezembro de 1870 o Jornal do Comercio publica o anúncio do leilão da fábrica de cerveja de Leon Leiden no dia seguinte, dia 13.

Em 1º de agosto de 1872 o jornal A Nação publica um anúncio para recebimento do rateio da massa falida de Leon Leiden.

Em 1873, a Imperial Fábrica de Cerveja Nacional de Leon Leiden & Cia. passa a ter como responsável a viúva de Henrique Leiden, Amalie Maria Christina Leiden.

Em 5 de março de 1874, o Jornal do comércio publica que o Tribunal de Comércio Administrativo na sessão anterior passou carta de reabilitação à Leon Leiden.

Em 24 de junho de 1891 o Jornal do Comércio publica o aviso do falecimento de Leon Leiden no dia anterior>


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