Texto baseado em diversos jornais da época
Albert Raymund Walther Groschke nasceu em 26 de agosto de 1877, em Stettin, na Pomerania, Prússia, Alemanha, filho de Albert Friedrich Christian Groschke e Auguste Friederike Anna Frisch e foi educado em Swinemünde.
Em 1901 entrou para a casa Neesen & Cia, firma de comércio de algodão fundada por Victor Neese, cônsul alemão em Pernambuco. Em 1906, passou a exercer interinamente as funções de cônsul por motivo de afastamento de Victor Neesen e foi efetivado no cargo com sua morte, em 1909, com isto, a casa Neesen & Cia, passou a pertencer a vários sócios, dos quais o principal era Albert Groschke que em 1º de janeiro de 1912 se tornou proprietário único.
Em 25 de maio de 1913, o periódico O Diário de Pernambuco publica a petição de Albert Groschke solicitando à Câmara dos Deputados favores para uma fábrica de cerveja de baixa fermentação que pretende fundar no Estado.
A construção da fábrica teve início em 15 de agosto de 1913, sob a direção do Sr. Franz Banner, na Rua Aurora nº 129, Recife, numa área de 200m de comprimento por 45m de largura, está instalada a rigor de conformidade com as prescrições legais para a montagem dos maquinismos destinados ao fabrico da cerveja. O assentamento das máquinas e demais maquinismos foi executado pelo mecânico Sr. Armando Schlenck e a planta é do arquiteto Sr. Eduardo Fonseca. Todo o edifício foi construído em concreto e cimento armado com teto de zinco sobre vergas de ferro batido.
O corpo central da fábrica se compõe de 3 pavimentos: no andar térreo é ocupado pela casa das máquinas, com um poderoso motor de força de 100 cavalos, marca Machinenfabrik Augsburg Nurenberg, um compressor de amoníaco, sistema Linde 1913 e um dínamo para iluminação elétrica de toda a fábrica. A força geradora é produzida por duas caldeiras, sistema Cornwall, com uma superfície calorífica de 140 meros quadrados cuja alimentação é feita por 2 injetores e 1 bomba a vapor. O processo utilizado para a fabricação é o de caldeira a vapor com capacidade de 20.000 litros, todos os aparelhos são os mais modernos tendo capacidade para produzir 30.000 garrafas diárias.
No 2º pavimento vê-se um grande resfriador para cerveja e um moinho para triturar a cevada, a qual é conduzida por um elevador automático que lhe despeja 1.500kg por hora.
No 3º pavimento foram colocados diversos tanques de água podendo acumular 25.000 litros e um grande depósito para cerveja com a mesma capacidade da caldeira de fabricação. Junto à sala de fabricação acham-se os frigoríficos com 30 grandes tanques-deposito cabendo ao todo 345.000 litros, acima destes está a sala de fermentação com 6 grandes cubas de madeira.
O grande armazém para enchimento, capsulagem e todo o preparo de expedição foi construído isoladamente, paralelo ao corpo da fábrica com janelas para a Rua do Lima, aí são observados um grande filtro modelo Enzinger e os aparelhos próprios para encher os barris de chopp e as garrafas pelo sistema isobarometrico com capacidade de 2.000 garrafas por hora.
A sua direção na parte referente ao fabrico de cerveja acha-se confiada ao sr. Rudolph wahl cervejeiro diplomado pelo governo da Baviera com 15 anos de fabricação de cerveja em diferentes estados do Brasil e outros países sulamericanos.
A Secretaria da Junta Comercial do Recife faz público que de 11 a 14 do mês findo (outubro) foi arquivado o contrato social entre Alberto Groschke e um comanditário para o fabrico de cerveja à Rua Aurora nº 129, desta cidade, com o capital de Rs 200:000$000, sendo Rs 170:000$000 em comandita, sob a firma A. Groschke & Cia.
Em 25 de abril de 1914 é inaugurada a fábrica A. Groschke & Cia – Cervejaria Pernambucana.
O periódico O Diário de Pernambuco de 11 de agosto de 1914, publica que na sessão da Junta Comercial do Recife de 23 de julho é deferido o requerimento para o arquivamento do contrato social da firma A. Groschke & Cia – Fábrica de Cerveja Pernambucana.
Ainda, nesse ano de 1914, lança a cerveja pilsen Pernambucana.
Em 19 junho de 1915 os jornais de Recife publicam um concurso de capsulas da Cerveja Pernambucana onde os que apresentarem o maior número de capsulas (tampas) encarnadas, em sua fábrica até o dia 15 de julho, receberão de prêmio, até ao quinto lugar de: 10, 6, 4, 3 ou 2 caixas de cerveja com 48 garrafas.
Em 4 de maio de 1916 torna a promover o concurso, desta vez para os 8 maiores números de capsulas apresentadas na fábrica, até 22 de junho e com prêmios em dinheiro que vão de Rs 150$000:000 a Rs 10$000:000.
Em 18 de maio de 1916 foi feita a primeira assembleia de constituição da Sociedade Anônima Companhia Cervejaria Pernambucana onde foi eleita a diretoria: como presidente o Dr. Manoel Gonçalves da Silva; como tesoureiro Pinto Alves & Cia e como secretário o Coronel José Pessoa de Queiroz.
Na sessão de 13 de julho de 1916, da Junta Comercial do Recife, foi feito o requerimento da Companhia Cervejaria Pernambucana para o arquivamento de seu contrato social.
Em 22 de novembro de 1916, foi transferido à Sociedade Anônima Companhia Cervejaria Pernambucana o favorecimento, pela lei 1209 de 20 de abril de 1914, de dez anos de isenção de impostos estaduais que devem terminar em fevereiro de 1925.
Em dezembro de 1917 lança o Guaraná CCP e a bebida sem álcool Cacique.
Em 28 de janeiro de 1923 O Diário Oficial da União publica que na sessão de 8 de janeiro de 1923 da Junta Comercial do Recife, foi registrada a marca Cerveja Maltada.
Em 1926 teve decretada a sua falência, tendo sido levado a leilão em 23 de abril, 11 de maio e 26 de maio, não havendo comprador.
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