terça-feira, 11 de agosto de 2020

Cerveja Alpini de Vincenzo de Bona



Baseado no texto O auge das cervejas artesanais em Urussanga publicado pelo Jornal Vanguarda de 29 de junho de 2015.

Urussanga é um município do Estado de Santa Catarina, "Urussanga" provém do tupi antigo e significa "água muito fria". É o nome do principal rio que banha a cidade.

A história do núcleo colonial de Urussanga faz parte do processo de povoamento e colonização projetado para o Sul do país durante o século XIX. Após os debates políticos e as medições dos lotes, a colonização de Urussanga iniciou-se em 26 de maio de 1878, quando as primeiras famílias de origem italiana chegaram ao local na sua maioria procedentes do pequeno povoado de Igne, Comuna de Longarone, Provincia de Belluno, região do Vêneto, situada ao norte da Itália, próximo a região dos alpes. Depois de passarem pela sede da colônia, em Azambuja, os imigrantes se estabeleceram em um rancho às margens do rio Urussanga, e dali partiram para seus lotes.


A lembrança de sua terra foi a inspiração para o negócio do imigrante italiano Vincenzo (Vicente) De Bona, nascido em 1870. Por volta de 1921 e até a metade de 1930, Vincenzo iniciou a produção de cerveja artesanal. Denominada Cerveja Alpini, de Vicente De Bona, sua origem italiana também foi o motivo para dar nome a cerveja. A bebida era destinada a poucos e bons amigos.


Conta o neto de Vincenzo: Lauro De Bona, nasci em 1924 e quando pequeno dei umas bicadinhas na cerveja caseira branca. Era gostosa, mas as cervejas que vinham de São Paulo eram melhores. De vez em quando estourava uma garrafa devido à pressão. Meu avô tinha seu depósito e local de produção embaixo da sua casa, onde é hoje a DS Travel Tur. A cerveja não podia guardar por muito tempo, tinha de consumir dentro de 15 a 20 dias. E a água para a produção era tirada de um poço com uma bomba na própria casa. Tudo improvisado.

O bisneto de Vincenzo, Vicente De Bona Filho, ainda guarda o molde do rótulo da cerveja. O objeto de madeira, uma espécie de carimbo, foi talhado com as letras ao contrário, a canivete, pelo próprio imigrante italiano. Para confecção do rótulo, ele pintava as letras para estampar o papel. A família já tinha essa habilidade com madeira que trouxe do pvoado de Igne.


Vincenzo faleceu em 1935 com 65 anos. Passando a família a se dedicar mais ao vinho e abandonando a cerveja.

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