sábado, 19 de março de 2011

Cervejaria Knudsen / Steglich & Werner / Ernesto Werner


Texto: Ademar Campos Bindé - Jornal O Reporter - 29 de maio de 2010.
Fotos: Coleção Família Beck - Acervo MADP

Nos primeiros anos da colonização de Ijuí a liderança na produção de bebidas era ocupada pelas fabriquetas de cachaça e vinho. De acordo com um levantamento no ano de 1914 existiam 50 fábricas de cachaça e 51 de vinho. Esses números sofreram significativas oscilações nos anos seguintes.

Uma das consequências desse número de fábricas de cachaças e vinho leva os produtores a um processo de aglutinação, a fim de enfrentar a concorrência de fora que começava a ser sentida.

Paralelamente começaram a surgir estabelecimentos que se dedicavam a fabricar outras bebidas, entre as quais se destacavam as fábricas de cerveja e gasosa. Um dos pioneiros foi Henrique Knudsen, que se torna um dos mais fortes fabricantes de bebidas.

Em 1917, Henrique Knudsen participa com sua produção de cerveja na 8ª exposição realizada em Pelotas pela Sociedade Agricola-Pastoril do Rio Grande do Sul, recebendo menção honrosa especial.

No ano de 1924, ele vende sua fábrica que se localizava na esquina da Rua do Comércio com a Rua Tiradentes para Steglich & Werner.

Quatro anos depois, 1928, Ernesto Werner torna-se o único proprietário da cervejaria.

Ernesto Werner tornou-se um dos mais conhecidos cervejeiros de Ijuí. Ele era nascido no atual município de Vera Cruz (antiga Vila Tereza, 2º distrito de Santa Cruz do Sul), no dia 19 de maio de 1899, filho do imigrante alemão Adolf (Adolfo) Werner e de Carolina Zíper Werner, natural deste Estado.

Ernesto Werner veio para Ijuí em 1918, ingressando na firma Bernardo Gressler S/A. Aqui casou com Anna Ella Steglich. Depois do casamento resolveu seguir os passos do pai que era cervejeiro e começou a montar uma cervejaria e fábrica de refrigerantes, que algum tempo depois passou também ao engarrafamento de vinhos finos, aguardentes e outros derivados.


A fábrica de Ernesto Werner, já instalada na Rua Tiradentes nº 611 nas proximidades da atual sede do Fórum, na sua fase áurea contava com cerca de 20 funcionários. O cervejeiro era o que tinha a função mais qualificada, enquanto os demais se dedicavam especialmente no engarrafamento e lavagem de garrafas, operação essa, na qual era utilizado um tambor acionado por energia elétrica. Além de produzir cerveja e gasosa, Ernesto Werner passou também a explorar a industrialização da água mineral Fonte Ijuí. Aos poucos ele deixou de produzir cerveja e passou a revendedor da Companhia Cervejaria Brahma, continuando com a fabricação de refrigerantes.

Com o correr dos anos passou a ser distribuidor da Continental e da Antarctica além da Brahma. Essa situação não durou muito tempo.

A exigência da Brahma de que comercializasse seus refrigerantes e também o mercado cada vez mais competitivo levou ao fechamento da fábrica no ano de 1961.

Em 22 de março de 1962, Ernesto Werner veio a falecer, ficando a atividade comercial a cargo de Bertholdo Rieger e Arno Wuttig, onde conseguiram se manter até 1971.

Um comentário:

Unknown disse...

Seu Ernesto era meu tio-avô. Como bisneto de Adolf, eu gostaria muito de receber algum arquivo, foto ou informação da época em que ele era cervejeiro em Vila Teresa, atual Vera Cruz, RS. Alvaro Werner. Contato com aw.schreiber@hotmail.com

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