quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Fábrica de Cerveja Camões




Em 13 de agosto de 1917 o jornal “A Época” publica que na Diretoria de Obras da Prefeitura os senhores Penedo e Peres assinaram o termo de obrigação, pelo qual lhes é concedido a título precário licença para montagem de uma fábrica de cerveja no prédio nº 8 da Rua da Conceição no Rio de Janeiro, obrigando-se estes senhores a não usar nada que incomode o vizinho do referido prédio.

Em 8 de outubro de 1917, o Jornal do Comercio publica que na sessão da Junta Comercial de 1º de outubro de 1917, foi deferido o registro da marca Camões.


Em 15 de novembro de 1917, vários jornais, entre eles: O Paiz, O Lanterna, A Razão, etc. noticiam a festa de inauguração no dia anterior, dia14, às 16 horas, da Fábrica de Cerveja Camões, à rua da Constituição nº 8, no Rio de Janeiro, pela firma Penedo & Peres, composta pelos senhores Ermelindo Penedo Costa e Francisco Peres.



Em 1921, após 4 anos de existência, a fábrica possui 94 trabalhadores e gira com o capital de 40 contos de réis.


Em 1934 muda para a Rua Teodoro da Silva nº 1, em Vila Isabel.

  

A Gazeta de notícias de 29 de dezembro de 1937 publica que o Juiz da terceira vara atendendo ao requerimento de Manoel Piedras Martinez credor de Rs 32:237$000, decretou a falência de Penedo & Peres, estabelecido à Rua Teodoro da Silva 1ª, o termo legal retroagiu a 10 de novembro último.


Em 13 de fevereiro de 1938, o Jornal do Comercio, anuncia o leilão, em 18 de fevereiro, da massa falida da Fábrica de Cerveja Camões.


sábado, 5 de outubro de 2024

Fabrica de Cerveja primavera / M. Lopes Gonzales / M. Lopes & Cia Ltda / Santos, Martins & Miranda / Fabrica de Cerveja Primavera Ltda / Antonio dos Santos - Cervejaria




A Fábrica de cerveja Primavera foi fundada em 1907 por Manoel Rodrigues Martins e Manoel Lopes Gonzales constituindo a firma Martins & Lopes, na Rua de São Jorge nº 37, Rio de janeiro.

Na sessão de 20 de abril de 1909 da Junta Comercial do Rio de Janeiro é registrada a cerveja Primavera Stout, sob o número 6051.

Em 1919, a Fábrica de Cerveja Primavera, passa a pertencer somente a Manoel Lopes Gonzales, sob a firma: M. Lopes Gonzales, a cervejaria tem um capital aplicado de R40.000$000 e uma fabricação de 30.000 a 50.000 garrafas.

Em 6 de setembro de 1921, o Decreto Municipal nº 1.599, mudou o nome da antiga rua de São Jorge, para rua Ledo, sobrenome de Joaquim Gonçalves Ledo, propagandista ardoroso da nossa independência política.


Em 1926, a Fabrica de cerveja Primavera passa a pertencer a Manoel Lopez Gonzales e Evaristo Nunes Miguez (espanhol), sob a firma M. Lopes & cia ltda, estabelecida à R. Ledo 77; a fábrica é dotada de aparelho modernos de origem alemã.(1942) (cervprimav)(londrina primavera)

  

Em 5 de setembro de 1935, o Decreto Municipal nº 5.624, anulando o decreto 1.599 de 1921, concedeu ao logradouro a denominação de rua Gonçalves Ledo, que ainda conserva até hoje.

Em 8 de agosto de 1945, o Jornal do Brasil publica a venda, em 3 de agosto, por M. Lopes & Cia. Ltda., para os sócios solidários: Alberto dos Santos, Alberto Martins Ribeiro e Domingos de Araujo Miranda, sob a firma: Santos, Martins & Miranda - Fábrica de cerveja Primavera. Nesta época a Fábrica de Cerveja primavera trabalha com 10 empregados, faz suas entregas em 3 caminhões de sua propriedade e no verão tem uma produção diária de 6.000 garrafas.


Em 10 de julho de 1946, o Jornal do Brasil publica o arquivamento em 17 de junho, no Departamento de Indústria e Comércio do RJ, da alteração do contrato social da firma Santos, Martins & Miranda, originada pela retirada do sócio Domingos Araujo Miranda, pago com Cr$210.000,00 e satisfeito de seus haveres. Continuando os sócios remanescentes a explorar o mesmo ramo de negócio sob a firma Santos, Martins & Miranda - Fábrica de cerveja Primavera. (primavera3)


Em 27 de julho de 1946 Transformação da sociedade solidária Santos, Martins & Miranda para sociedade limitada, sob a firma: Fábrica de Cerveja Primavera Ltda, aumento do capital social para Cr$500.000,00, dividido em partes iguais entre os sócios cotistas: Alberto dos Santos e Alberto Martins Ribeiro e outras modificações contratuais.


Em 30 de junho de 1947, foi aumentado o capital para Cr$ 750.000,00, em partes iguais para os dois sócios Alberto dos Santos e Alberto Martins Ribeiro.

Em 30 de abril de 1952, o Jornal do Brasil publica que, em 25 de abril deste ano, foi feita a dissolução da sociedade, entre Alberto dos Santos e Alberto Martins Ribeiro. pela retirada do sócio Alberto Martins Ribeiro, com a importância de Cr$ 442.597,53. Ficando o sócio Alberto dos Santos, de nacionalidade portuguêsa, aqui chegado em 1923, casado com brasileira e tendo 3 filhos dessa união, responsável individualmente pela firma Fábrica de cerveja Primavera Ltda, à R. Gonçalves Ledo 77.


Ainda neste ano, 1952, a firma passa a ser Antonio dos Santos - Cervejaria.


Em 23 de outubro de 1971, o periódico “O Jornal” publica que o Juizo da Quinta Vara Cível da Guanabara, em 07 de outubro de 1971, faz saber que se processe o pedido de concordata preventiva de Alberto dos Santos – Cervejaria.


Nesta época a Cervejaria Amazonia passa a comprar as marcas das cervejarias que iam fechando as portas, com isso conseguiu ser a única cervejaria de alta fermentação no Rio de janeiro, chegando a ser proprietária de 12 marcas de cervejas tradicionais.

  

sábado, 29 de junho de 2024

Sociedade coletiva Mora, Cervejaria mora, Fábrica de Bebidas Cascata S/A.




No ano de 1842, um capítulo começou a ser escrito na história de Petrópolis com a chegada de 1.500 famílias de colonos alemães. Na implantação e desenvolvimento da cidade imperial, eles eram exemplos de determinação e sempre respeitaram as condições naturais da região. Com destreza, aliaram cuidado e perfeição nas tarefas que executaram no passado, inúmeras e quase sempre minuciosas. Caminhando pelas ruas de Petrópolis, até hoje, é possível identificar esses trabalhos nos rendilhados em madeira nas varandas e no modelo de calçamento em paralelepípedos das ruas.

A imigração italiana em Petrópolis aconteceu entre o final do Século XIX e o início do Século XX, e se concentrou, basicamente, em Cascatinha e no Alto da Serra; teve por objetivo fornecer mão-de-obra operária para as indústrias têxteis da época.

Em Cascatinha, sede da Companhia Petropolitana de Tecidos, que data de 1873, os italianos respondiam por cerca de 40% (quarenta por cento) da população local. Quando foi fundada, no Alto da Serra, a Fábrica Cometa, que também, em larga medida, valeu-se do trabalho de italianos que, por não possuírem um lugar para residência, foram morar, muitos deles, na vila operária de Cascatinha.

Desde a chegada ao Brasil, as condições desses estrangeiros não eram favoráveis, até porque inexistiam leis trabalhistas que lhes assegurassem direitos. Assim, a história de Petrópolis deve ser contada tanto à luz da colonização germânica no 1º Distrito, quanto da imigração italiana, operária e proletária. É preciso manter vivas as tradições que nos foram legadas pelos italianos, e que podem ser constatadas até hoje em nosso cotidiano: a tradição católica, que muito enriqueceu de festas e devoção desses bairros italianos, os jogos de bocha, que até a bem pouco tempo era praticado na Praça de Cascatinha, e no ponto mais visível para a maioria das pessoas, que é a gastronomia, com as tradicionais massas feitas com receitas caseiras que perpassam gerações. Muitos são os exemplos da vida em sociedade tendo os italianos em destaque , o legado de tantas famílias italianas, seus valores individuais e também os “causos” divertidos que animam o senso comum quando se fala da espontaneidade e da alegria dos italianos.

Em 1893. É fundada por colonos italianos a Sociedade Coletiva Mora, em Petrópolis – RJ, uma fábrica de cervejas com método de fabricação totalmente artesanal, com processos bastante antiquados como a fermentação ambiente.

Em 1º de julho de 1903, a cervejaria organizou-se como indústria, no endereço original à Rua Bernardo de Vasconcellos, 306, na Cascatinha. 2º distrito do município de Petrópolis – RJ, onde a família Mora começou a fabricar seus produtos como tantas outras fábricas similares fabricando somente cerveja. Se tornando, posteriormente, destaque no mercado cervejeiro do antigo Estado do Rio com a produção das cervejas Cascata Preta e Cascata Branca.

Não consegui referências quanto às firmas iniciais da Cervejaria Cascata, mas ela mudou ao longo do tempo como o mostram as diversas notas fiscais: Em 1904 a firma era Joaquim Francisco & Cia, em 1910 já era Pellegrini & Mora e mais tarde em 1916 somente Luiz Mora.

    

Em meio a primeira guerra mundial (1914/18) com as dificuldades criadas pelas potências em guerra ao comércio marítimo até dos países neutros, ante a escassez de matéria-prima importada (lúpulo e cevada) viu-se a empresa obrigada a restringir consideravelmente a sua produção. Foi quando, para contornar a situação e não encerrar temporariamente sua atividade, deliberou a direção da Cascata incorporar à sua linha de produção outros tipos de bebidas que não dependessem, em sua feitura, integralmente das importações. Surgiu, então a fabricação de refrigerantes, predominando o guaraná, bebida não alcoólica, 100% brasileira, de sabor agradável, com propriedades tônicas e nutrientes, cuja crescente expansão do consumo assegurou, desde logo, novas possibilidades à indústria libertando-a da fabricação de um só produto.


Passou, também, a Fábrica Cascata a produzir Conhaque, Vermute, Aniz, Fernet, Laranjinha. Licor de Cacau, Genebra, etc. que lograram boa aceitação do público.

  

    

O anúncio da Cervejaria Cascata em 1928 também era especifico quanto a seus produtos. Produção das famosas cervejas Branca e Preta, sendo que a preta era vendida em todos os pontos da baixada onde houvesse um ponto dos ônibus da Única e Útil em direção à Petrópolis e concorria com a famosa cerveja preta da "Americana" ainda de rolha. Outros produtos segundo o anúncio eram seus licores finos, águas gasosas, um glamour entre as damas, os famosos xaropes para fazer refresco que dominavam o comercio popular nos quarteirões e serviam para a cozinha fazer iguarias consideradas de primeira qualidade, principalmente algumas alemãs. E finalmente a bebida em que os Mora eram considerados experts na fabricação, assim como todos os italianos, o Fernet chamado por eles por Fernet-Mora.

Como podemos observar por sua publicidade, era distribuidora oficial dos produtos da Cia. Cervejaria Hanseática do Rio de Janeiro, em Petrópolis. Mas em 1942, a cervejaria Hanseática foi adquirida pela Brahma, o que conduziu ao fim do contrato de distribuição.

  

Funcionou neste endereço original à Rua Bernardo de Vasconcellos, na Cascatinha, até fevereiro de 1935 quando transferiu suas instalações para o 1º distrito do município de Petrópolis, à rua Washington luiz, 455, onde adquiriram grande terreno, instalando na frente do mesmo sua fábrica e nos fundos uma vila de casas para a própria família, assim como o prédio que foi construído sobre o edifício da fábrica.


Com o desenvolvimento da empresa e sua transformação em sociedade anônima em 1947, constituindo a Fábrica de Bebidas Cascata S/A.

Em 28 de outubro de 1947 solicita o registro da Água Tônica Mora, deferido e registrado sob o número 91.


Em 30 de dezembro de 1947 solicita o registro dos seguintes produtos:
Guaraná gaseificado marca Mora, registrado sob o número 104.
Guaraná gaseificado marca Cascata, registrado sob o número 105.
Amargo à base de vinho de laranja marca Amargo Mora, registrado sob o número 50.

Em 25 de maio de 1948 solicita o registro dos seguintes produtos: Xaropes de Framboesa, damasco e tamarindo marca Mora registrados sob os números: 193, 196 e 199 respectivamente.

Após a aposentadoria do fundador e patriarca Luiz Móra (Luigi), italiano do Vêneto, os filhos: Torino Mora junto com os irmãos Floriano no marketing e Italo no laboratório, novo edifício foi construído, aparelhado com o mais moderno maquinário de alto rendimento existente, com a capacidade de produção de 6.300 unidades de refrigerantes por hora. Pasteurizador francês, máquinas de engarrafar, máquina de misturar o xarope, laboratório, as sementes do guaraná eram moídas no laboratório, poço artesiano, fábrica de gelo, faziam seus próprios engradados assim como tinham máquinas de rotular, oficina mecânica e marcenaria para manutenção.

Na década de 60 lançaram os refrigerantes Cola-Mora e o Crik laranja, eram com eles feitos também o Cuba Libre e o Hi Fi. Eram produtos de alta qualidade, produtos engarrafados em garrafinhas especiais, com o símbolo da Cascata gravado na garrafa.


A Fábrica de Bebidas Cascata funcionou até a década de 1980.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Fábrica de Cerveja São Bento



A cerveja desembarcou no Brasil junto com a família real portuguesa em 1808. De lá pra cá, a bebida fermentada ganhou o Pais de norte a sul, incluindo Santos, que chegou a ter muitas pequenas fabricas de cerveja.

Durante muitos anos, as cervejas importadas eram descarregadas nos trapiches do Porto de Santos e tinham como destino várias cidades da província paulista. Mas, antes de molhar o bico dos consumidores do interior e da capital, as cervejas que aqui desembarcavam matavam a sede de muita gente curiosa com a nova bebida. O sucesso da cerveja atiçou os paladares locais e a mente comercial de alguns homens da terra santista.

Em 30 de maio de 1868, chegou na colônia Dona Francisca, atual Joinville - SC, o imigrante alemão Heinrich Bruno Feder, nascido em 23 de fevereiro de 1846 na cidade de Wartemberg, filho único do casal Carl Heinrich Emil Feder e Julianne Hedwig Skiefe.

Em 18 de fevereiro de 1874, mudou-se para Santos - SP acompanhado de sua esposa Katharina Feder (em solteira Eisenhut), nascida em 1856.

Em 1877 montou um comércio de venda de cervejas e a partir dessa data, passou a investir suas economias na compra de equipamentos e apetrechos para montar uma fábrica de cerveja.

Em 10 de fevereiro de 1879 foi inaugurada na Rua de São Leopoldo (Atual Visconde de São Leopoldo) a Fábrica de Cerveja de São Bento assim batizada em função do local onde mantinha seu estabelecimento. nas proximidades do Morro de São Bento, onde havia uma boa nascente d’água para a feitura da bebida com qualidade. Começou produzindo dois tipos: Porter e Pale Ale.

A Cervejaria São Bento foi a primeira a se estabelecer em Santos e chegou a ser considerada a mais importante da província de São Paulo na década de 1880. A marca imperou absoluta na cidade por alguns anos.

Em 04 de dezembro de 1881 A cerveja Pale Ale São Bento ganhou medalha de bronze no concurso de cerveja na Exposição Provincial Brasileira-Alemã em Porto Alegre - RS no Rio Grande do Sul.

Em 1887 foi publicado no Indicador Santista que a fábrica está funcionando em novo endereço na rua Visconde de São Leopoldo, nº 51 em frente à antiga fábricae está montada com todos os aparelhos e maquinismos em prédio construído especialmente para fábrica de cerveja.


Bruno Feder retornou para a Alemanha onde veio a falecer, em 16 de maio de 1895, na cidade de Dresden, deixando a condução do negócio cervejeiro para o filho mais velho, Antônio Augusto Eugênio Feder (Eugenio Feder) nascido em Santos em 13 de janeiro de 1873, portanto com 22 anos à época.

    

Em 6 de novembro de 1896, a Fábrica de Cerveja São Bento, de Eugenio Feder, estabelecido em Santos - SP, registra as cervejas São Bento Porter sob o nº 82 e Pale Ale sob o nº 83 da Junta Commercial do Estado de São Paulo. Eugênio, então, além de registrar as marcas da família na Junta Comercial, passou a investir em publicidade


Nesta época, o barril já era substituído por garrafas de vidro, via de regra fechadas com rolhas (a exemplo dos vinhos). A cerveja santista, então, e de fato, conquistou o paladar local, com suas versões clara e escura, e era presença constante nas mesas dos principais bares não só da cidade de Santos, mas de boa parte das casas comerciais da capital paulista e do interior.

Em 1913 o jornal A Fita publicou que a fábrica São Bento acabou de adquirir novos maquinismos de engenho moderno para aperfeiçoamento dos produtos da fábrica e fez modificações importantes no prédio para adaptar aparelhos frigorificos e outros. Contratou vindo da Alemanha um prático para o fabrico de cerveja.


Porém a mesma decretou falência em 18 de abril de 1914. A cervejaria São Bento funcionou em Santos até 1915.


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Paschoal Totti / Cervejaria da Liberdade / Cervejaria Mineira



A pequena indústria, com raras exceções, chegou a Uberaba juntamente com os primeiros imigrantes europeus, no final do século XIX.

Convém antes ressaltar que não houve, em um primeiro momento na história do bairro Estados Unidos, um período em que primeiramente foram instituídas as chácaras e, posteriormente, as construções físicas que configuram um bairro, tais como a demarcação de terrenos e a construção de ruas e passeios. O nascimento e crescimento do bairro se deu ao mesmo tempo em que chácaras eram criadas e o traçado urbanístico era constituído.

Se a primeira ocupação do atual bairro Estados Unidos foi mediante a construção de chácaras, a conformação que esta região adquiriu como bairro se deve ao empenho e pioneirismo do imigrante italiano Paschoal Totti.

Este imigrante italiano, no ano de 1871, aos 20 anos de idade, buscando fortuna, estabeleceu residência nos Estados Unidos, país da América do Norte, local em que permaneceu até 1875, retornando à Itália. Em maio de 1880, veio para o Brasil. Procurou a região do Triângulo Mineiro, exercendo a profissão de vendedor ambulante, decidindo posteriormente se estabelecer em Uberaba.

Paschoal Totti chegou aqui, em Uberaba, no ano de 1881 e instalou-se no Alto ou Largo das Cavalhadas, atual Praça Comendador Quintino, em um terreno situado na esquina da atual Avenida Presidente Vargas sendo o primeiro a construir casa nessa praça.

Foi Paschoal Totti também quem denominou de Alto dos Estados Unidos, o antigo Alto ou Largo das Cavalhadas, dando origem assim, ao nome do bairro. Antigamente, o local da praça e suas adjacências, se conheciam por Morro Plano, Alto do Rosário e Alto das Cavalhadas. Este nome deriva da ocorrência neste local, durante a segunda metade do século XIX, das cavalhadas, celebrações de origem portuguesa que chegaram a Uberaba somente após a Guerra do Paraguai. A praça primitivamente se chamou Largo da Piedade, porque os respectivos habitantes pretendiam erigir uma igrejinha com a invocação de Nossa Senhora da Piedade; mas, não o fazendo, aquele nome se perdeu, e o vulgo deu lugar ao de Largo do Pascoal, que se conservou durante muitos anos, até que, em 1894, foi mudado para Comendador Quintino.

Os negócios de Totti no bairro Estados Unidos eram bastante diversificados. O italiano fundou uma fábrica de macarrão e outra de artefatos de cerâmica. Conhecido como “rei das casas”, instituiu entre nós o sistema de construção de casa para aluguéis à moda de como se faz nas grandes capitais de dentro e fora do país. Paschoal Totti era uma proeminente figura da colônia italiana em Uberaba, atuando dentro de um sistema de apoio aos compatriotas. A partir de sua atitude pioneira, inúmeras famílias foram se transferindo para o local, em um processo de urbanização contínuo.

Montadas por italianos, as fábricas de cerveja foram numerosas e é certo que o negócio de fabricação de cerveja prosperava e movimentava um considerável volume de dinheiro, o que pode ser comprovado pelo grande número de anúncios publicitários e notícias em jornais da época envolvendo essa atividade econômica.

No início de 1888, o imigrante Paschoal Totti, constrói a primeira casa na esquina oriental da Av. João Pessoa (atual Av. Presidente Vargas) em volta da praça Comendador Quintino, no bairro Estados Unidos.

No ano seguinte, 1889, estabelece ao lado dessa casa o que seria a primeira cervejaria do município, e uma das primeiras do país, a Cervejaria da Liberdade.


No ano de 1895 a Fábrica de Cerveja da Liberdade passa a pertencer a Gaetano Cadosi.


Gaetano Cadosi aportuguesa seu nome passando a assinar Caetano Cardoso.

EM 1900, Paschoal Totti instala a primeira fábrica de macarrão da cidade e a primeira cerâmica.

Em 1915, Totti cria mais uma cervejaria, a Cervejaria Mineira, e obtém grande sucesso com a cerveja "Tosca” e uma fábrica de guaraná, Iolanda, no sobrado construído por ele na rua do Comercio (atual rua Arthur Machado).


Propaganda de 1918 da Cervejaria Mineira

Em 1921 falece Paschoal Totti e seu filho, Gabriel Totti, após concluir seus estudos de arquitetura na Itália volta à cidade, dedica-se às atividades industriais e comerciais nos estabelecimentos de seu pai, dos quais, após o falecimento deste, herdou parte, e que em 1915, foi acrescida de mais uma fábrica de cerveja e refrigerante com a denominação de cerveja Mineira e guaraná Caxangá.
  
Fachada e interior da Cervejaria Mineira em 1930

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Antonio Fusaro & Cia / Cervejaria Econômica



Em Ubá, a primeira leva de imigrantes italianos veio espontaneamente antes de 1888, e correspondeu ao ingresso de imigrantes provenientes do sul da Itália que traziam como vantagem suas variadas profissões: artesãos, alfaiates, comerciantes, operários, ferreiros, caldeireiros e marceneiros. Contudo, não eram agricultores, mas colaboravam, para a melhoria da cidade de Ubá, que na época não contava com luz, calçamento, saneamento básico, como todas as demais cidades da Zona da Mata. Ubá recebeu mais duas levas de imigrantes italianos: algumas dezenas vieram para trabalhar na construção da Estrada de Ferro Leopoldina; e centenas, procedentes no norte da Itália, estabeleceram-se nas fazendas de café do município e região. Posteriormente, muitos deles migraram para a cidade, contribuindo com a diversificação de sua economia.

Dentre esses empresários que começaram sua vida profissional como agricultores e foram bem sucedidos na economia urbana, aparece a família de Luigi (Luiz) Fusaro, nascido em 1843, natural de Treviso, Veneto, Itália, que aqui chegou em 1888, com a esposa, também italiana, Maria Piziolo Fusaro, nascida em 1848, acompanhados de sete filhos: Ângela, Sebastiano, Antonio, Ângelo, Giusepina, Giuseppe e Antonia.

Luigi (Luiz) iniciou sua vida profissional como meeiro em duas fazendas de café. Depois de acumular alguns recursos, migrou para a cidade onde abriu uma padaria, logo ampliada com armazém de mantimentos, em 1901 deixou o comércio nas mãos de seu filho Antonio, nascido em 1873 e casado em 1896 com Maria Aspasia Cavaliere Fusaro, nascida em 7 de setembro de 1878 em Torre Orsaia, Campania, Salerno, Itália.

Em 1907, quando já havia comprado o título de Major (prática comum àquela época), Antonio se associou ao Sr. Joseph Codo, o armazém foi transformado em uma empresa para operar no atacado e no varejo, fundando a Sociedade Antônio Fusaro & Cia, montaram uma enorme rede comercial ao lado da Praça Guido Marlièr, criando o maior estabelecimento comercial de que se tem notícia de haver funcionado em Ubá. O gigantesco entreposto ocupava todo um lado do corredor que é a rua XV de Novembro, desde a rua São José até a avenida Cristiano Roças, dando frente também para esta última rua. Vendia mercadorias de quase todos os gêneros para quase todas as finalidades. A empresa tinha como segundo e terceiro sócios os italianos José Miotto e Alfredo Codo e incluía indústrias como uma fábrica de macarrão que se chamava Macarrão Santa Isabel, fábrica de roupas e até posto de gasolina e casa bancária que deu grande impulso ao comércio e à indústria locais, paralelamente à indústria de macarrão, outras indústrias foram montadas por eles, criaram moinhos, torrefação do café, beneficiamento de cereais e uma empresa onde fabricava cervejas, refrigerantes e engarrafava aguardentes entre outras bebidas. >

  

  

Em 1928 foi um dos fundadores da Associação Comercial de Ubá, tendo integrado a Comissão de Contas da Associação Comercial e Industrial de Ubá, por 10 anos.

Em 1939, falece Antonio Fusaro com 66 anos.


Seu filho, Antonio Fusaro filho, Nascido em Ubá em 13 de abril de 1906, tendo se formado em Engenheiro de Minas e Civil pela Escola de Minas de Ouro Preto, em junho de 1930 e que em 1931, embora não sendo político, foi nomeado Prefeito Municipal de Cataguases, trabalhou como gerente da Companhia Carbonífera de Urussanga em Santa Catarina, de 1933 a 1939.

Com a morte do pai volta para Ubá abandonando a gerencia da Companhia Carbonifera de Urussanga – SC e torna-se sócio da Antônio Fusaro e Cia. Ltda., dividindo a gerencia com seu irmão Luiz Fusaro numa fábrica denominada Sociedade Industrial de Refrigerantes Fusaro Ltda.

Simultaneamente deu assistência à Prefeitura Municipal de Ubá no período do Prefeito Ozanan Levindo Coelho (1935 a 1945).

Indicado pelo Juiz de Direito da Comarca de Ubá, Dr. Mário Cândido da Rocha, e nomeado Prefeito Municipal de Senador Firmino pelo Governo do Estado de Minas Gerais através do Decreto nº 8.188 de 20 de novembro de 1945. Administrou o município de 26 de novembro de 1945 a 03 de dezembro de 1945. Foi também Engenheiro Chefe da 4ª Circunscrição de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais.

Em 1940 foi criado pelo químico Eugênio Auvray, para a antonio Fusaro & Cia, um refrigerante feito a partir do extrato da planta da flora brasileira "Chapéu de Couro", uma erva medicinal. Refrigerante que apesar de ser natural de Ubá, Zona da Mata Mineira, se tornou uma das marcas mais tradicionais da região fluminense do Rio de janeiro, o refrigerante que levou o nome de Mineirinho.

  

Em 1946, foi feito um contrato de cessão e exploração de marca entre a Sociedade Industrial de Refrigerantes Fusaro Ltda e a Sociedade Industrial de Refrigerantes Flexa Ltda, a fabricação foi transferida para o Ponto Cem Réis em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, em virtude da demanda na produção. Ficamos na cidade até 1978. A demanda começou a cresce e o espaço ficou pequeno. Tínhamos também o problema recorrente de falta d’água. A solução foi construir um parque industrial no bairro Barro Vermelho, em São Gonçalo, onde permanecemos até hoje.

Em 1989 foi lançado o Mineirinho em garrafas PET de 2 litros e de 350 mililitros.

Em 1990, a razão social da fábrica, mudou para Indústria de Bebidas Reflexa Ltda e o refrigerante passou a mencionar o chapéu-de-couro como ingrediente.

No início da década de 2000, o refrigerante Mineirinho começou a ser oficialmente referido como um refrigerante de guaraná com chapéu-de-couro. O produto se estabeleceu como tipicamente regional, sendo amplamente distribuído nas cidades de Niterói, São Gonçalo e outras cidades fluminenses.