sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Fábrica de Cerveja Princeza Imperial / Cervejaria Princeza / S.A. Companhia Cervejaria Princeza / Cervejaria Princeza Ltda.


Baseado no Almanak Laemert e em notícias de vários jornais
Imagens dos rótulos cedidas pelo colecionador Paulo Antunes Júnior



Em 1882, é inaugurada a Fábrica de Cerveja Princeza Imperial de propriedade da firma Alves, Bastos & Peixoto, formada pelos sócios: Paulo de Souza Alves, Antônio Soares da Gama Bastos e Antonio Peixoto Cavalcante D'Ourem, situada na Rua Visconde de Itauna 13, Praça Onze, RJ.
Em 1884, com a saída dos sócios Paulo de Souza Alves e Antônio Soares da Gama Bastos, que juntos adquiriram a Fábrica de Cerveja Glória, desfez-se a sociedade e foi criada uma nova sociedade: Peixoto, Guimarães & Cia, composta pelos sócios: Antonio Peixoto Cavalcante D'Ourem, José Teixeira da Costa, Manoel Antônio Pereira Guimarães e Manoel Gomes Correa. Fabricam uma cerveja simples chamada Princeza e uma dupla chamada Berlim.

Em 20 de junho de 1891, o Jornal Diário de Noticias, publica que foi arquivado na Junta Comercial o contrato social da firma Peixoto, Guimarães & Cia, para fabricação de cerveja com o capital de 60:000$000.

Em 1895,com a saída dos sócios: Antonio Peixoto Cavalcante D'Ourem e José Teixeira da Costa, passa a ser responsável pela cervejaria a firma Pereira Guimarães & Correa formada pelos sócios remanescentes: Manoel Antônio Pereira Guimarães e Manoel Gomes Correa

Em 1899, com a saída do sócio Manoel Gomes Correa é criada uma nova firma, P. Guimarães & Cia, formada pelos sócios: Manoel Antônio Pereira Guimarães, Zeferino José da Costa e Joaquim Ferreira Souto Júnior. Nesta época continuam a fabricar as cervejas Princeza e Berlim e passam a fabricar a cerveja Bock Bier.
Em 15 de setembro de 1902, é registrada a Cerveja Princeza, pela firma P. Guimarães & Cia, sob o nº 3434 da Junta Comercial do Rio de Janeiro.

Em 1904, aparece no Almanak Laemert, pela primeira vez, a cerveja Black Princess.

Em 22 de setembro de 1906, é registrada a Cerveja Black Princess, pela firma P. Guimarães & Cia, sob o nº 4873 da Junta Comercial do Rio de Janeiro.

Em 1907, com a saída do sócio Joaquim Ferreira Souto Júnior é criada uma nova firma, P. Guimarães & Costa, formada pelos sócios: Manoel Antônio Pereira Guimarães e Zeferino José da Costa.

Em 1908, com a saída do sócio Joaquim Manoel Antônio Pereira Guimarães é criada uma nova firma, Zeferino José da Costa sucessor de P. Guimarães & Cia e P. Guimarães & Costa, formada tão somente por Zeferino José da Costa.

Em 2 de julho de 1908 é feita a transferência das marcas Princeza e Black Princess da firma P. Guimarães & Costa para Zeferino Jose da Costa.

Nesse ano a firma conta com o capital de 100:000$000 aparelhada com os mais aperfeiçoados maquinismos, a sua produção está calculada em 1.500.000 garrafas/ano e destacam-se entre seus diversos produtos as cervejas: Princeza branca, Dupla branca, Africana Brau e Black Princess, a fábrica conta com cerca de 30 funcionários.

Em 8 de maio de 1910, o Jornal do Comércio publica o deferimento na sessão de 22 de abril de 1910 da Junta Comercial do Rio de Janeiro, do contrato social de Zeferino José da Costa e Oscar Ribeiro Alves para o fabrico de cerveja à Rua Visconde de Itaúna 29 e 31 com o capital de 100:000$000 (cem contos de reis) sob a firma Zeferino José da Costa & Cia.

Em 4 de julho de 1910, Zeferino José da Costa & Cia, registra a cerveja branca Princeza, sob o nº 6752 da Junta Comercial do Rio de Janeiro.

Em 30 de janeiro de 1911, Zeferino José da Costa & Cia, registra a cerveja Black Princess, sob o nº 7046 da Junta Comercial do Rio de Janeiro.

Em 9 de maio de 1919, Zeferino José da Costa & Cia, registra a cerveja Foot-Ball Beer, sob o nº 14188 da Junta Comercial do Rio de Janeiro.

Em 12 de julho de 1920, é feita a transferência das marcas Princeza, Black Princess e Foot-Ball, de Zeferino José da Costa & Cia, para seu sucessor Zeferino José da Costa.

  

Em 1929, a cervejaria passa a pertencer à Freire d'Almeida & Cia, firma composta por Francisco Freire d'Almeida e Affonso Freire d'Almeida.
  
Em 2 de setembro de 1931, Domingos Moreira da Costa, Manoel Alves Teixeira, Luiz Antonio Machado, Joaquim Ferreira, Joaquim Ribeiro, Carlos de Souza, Francisco Freire d'Almeida e Affonso Freire d'Almeida resolveram de comum acordo formar uma sociedade para o fim especial da constituição definitiva de uma sociedade anônima para a exploração do fabrico e comercio de cerveja de alta fermentação e bebidas congêneres, o capital inicial será de mil contos de reis (1.000:000$000), representados por dez mil ações no valor nominal de 100$000(cem mil reis) cada uma, sendo incorporada a fábrica de cerveja de propriedade de Francisco Freire de Almeida e Affonso Freire de Almeida (Freire D'Almeida & Cia) avaliada em novecentos contos de reis (900:000$000) recebendo o seu valor em ações. Os ditos senhores subscreveram açóes no valor dos seus pagamentos e mais novecentos e noventa e quatro ações, ficando assim distribuídas: Francisco Freire d'Almeida, subscritor de 9.894 (nove mil oitocentos e noventa e quatro) ações; Affonso Freire d'Almeida, subscritor de 100 (cem) ações, e Carlos de Souza, Joaquim Ribeiro, Joaquim Ferreira, Luiz Antonio Machado, Manoel Alves Teixeira e Domingos Moreira da Costa, subscritores de 1 (uma) ação cada um; ao todo oito pessoas, e que terá a denominação de Sociedade Anonima Companhia Cervejaria Princeza.
Em 16 de setembro de 1931, através do decreto 2040, a sociedade é autorizada a funcionar na República.

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Em maio de 1936 é instalada uma filial com fabrico próprio em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, à rua Visconde do Uruguay, 483, denominada Fábrica de Cerveja Baronesa.

Em 1938, a Cervejaria Princeza mudou para a Rua Licínio Cardoso, 339, no bairro do Rocha.
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Foi uma mudança necessária pois estava no caminho da construção do que viria a ser a avenida Presidente Vargas. Toda grande cidade precisa de uma grande avenida, certo? No Rio de Janeiro uma só não bastou, a grandiosidade da construção da Avenida Presidente Vargas, no início dos anos 40, mudou o perfil do Centro. Com 80 m de largura arrasou quarteirões habitados, casas de negócios e quatro das mais antigas igrejas do Rio.

Em 1941, começaram as demolições, que desalojaram centenas de famílias e que acabariam por derrubar 525 prédios pertencentes a quatro ruas: General Câmara, Visconde de Itaúna, de São Pedro e Senador Euzébio, entre eles algumas construções históricas, como as igrejas de São Pedro dos Clérigos e de São Joaquim. As demolições fundiram as quatro ruas numa só via para a construção da avenida. Foram demolidos os quarteirões que formavam o lado par da Rua General Câmara tradicionalmente conhecida como Rua do Sabão e a designação devia-se à localização em um de seus trechos do armazém de sabão aonde a população do Rio colonial ia se abastecer desse produto, no tempo em que o monopólio de fabricá-lo e vendê-lo pertencia, sempre, a um amigo do Rei português ou a um de seus ministros. Esse nome serviu para designá-la até 1870, quando a Câmara Municipal mudou o seu nome para General Câmara, em homenagem ao vencedor do combate do Serro Corá que, com a morte de Lopez, pôs fim à Guerra do Paraguai. E, ao longo do Canal do Mangue, os quarteirões que formavam o seu prolongamento, além do Campo de Santana, denominada pelo povo de Rua do Sabão da Cidade Nova, também rebatizada de Visconde de Itaúna até a Ponte dos Marinheiros. Pelo outro lado foram demolidos os prédios do lado ímpar da Rua de São Pedro e a sua continuação, além do Campo de Santana denominada Rua Senador Eusébio.

  
Rua Visconde de Itaúna em fase de demolição para a abertura da Av. Presidente Vargas (Vê-se o prédio da Central do Brasil ainda sem o relógio e, ao fundo, parte da Praça da República) - 1943.

Em 5 de janeiro de 1940, a assembleia geral extraordinária pôs em votação a necessidade de liquidar-se a filial estabelecida na vizinha cidade de Niterói, em virtude de não apresentar a mesma resultados relativos ao esforço ali empregado, o que evidentemente prejudica a sociedade. Sendo aprovada unanimemente a venda pela melhor oferta, livre e desembaraçada, da filial mantida pela sociedade à rua Visconde do Uruguai, número quatrocentos e oitenta e três, em Niterói, Estado do Rio, denominada Fábrica de Cerveja Baronesa, com todos os seus maquinários, móveis, utensílios, vasilhames, dois caminhões, mercadorias, marcas que na mesma existiam ao tempo de sua aquisição e contrato de arrendamento do prédio onde está localizada a dita fábrica; e ainda, se assim convier a sociedade vender a marca registrada "Batuta"

Em junho de 1940 já havia sido vendida a fábrica de Niterói e a marca Batuta para a Companhia Cervejaria São Francisco.

Em 29 de dezembro de 1972, o Jornal do Brasil anuncia que a Cervejaria Princeza amplia instalações, com uma experiência calcada em 92 anos de trabalho que lhe dão o direito de ser considerada a fábrica de cervejas pretas mais antiga do Brasil, a S.A. Companhia Cervejaria Princeza está agora ampliando o seu parque industrial para modernizar o fabrico e a apresentação de seus produtos. Em suas instalações fabris da Rua João Rodrigues, em São Francisco Xavier, (foto) a empresa instalou um complexo industrial dos mais modernos, equipado com as máquinas mais atualizadas na sua especialidade, para aperfeiçoar, ainda mais, as suas técnicas de fabricação. Entre os produtos que distribui, ao mercado, a Cervejaria Princeza tem a Bib Hop, cerveja preta em tamanho pequeno vendida em garrafas one way, que pela sua sofisticação agradou em cheio à faixa dos jovens consumidores e a Black princess tradicional cerveja preta que figura como a mais consumida pelos que gostam de cerveja deste gênero e que, dentro de mais 30 dias estará sendo apresentada numa embalagem inteiramente nova. Na linha dos refrigerantes, onde se destaca o guaraná, considerado da mais alta qualidade, a Cervejaria Princeza produz ainda, a soda e a água tônica, ambas com grande aceitação.

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Em 20 de outubro de 1988, o jornal A Folha de São Paulo anuncia que a Cervejaria Princeza está relançando a cerveja Black Princess em embalagem One Way, a empresa optou também por diversificar suas atividades prestando serviços a gigante norte americana Procter & Gamble e engarrafando o refrigerante Crush. Para viabilizar estes projetos a empresa investiu US$ 1 milhão (Cz$ 418,5 milhões no cambio oficial), 50% foram canalizados para o engarrafamento do Crush e o restante na duplicação da capacidade de produção da Black Princess.

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Em 21 de março de 1995, o Jornal do Brasil noticia o lançamento da cerveja Basel, o objetivo da Princeza é abocanhar 2,5% do mercado carioca de cerveja clara de 800 milhões de litros, vamos dobrar o faturamento diz o presidente da companhia, Paolo Tocci, a Princeza faturou US$2,5 milhões, 75% dos quais obtidos com a venda da Black Princess.

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Em 10 de abril de 1997, o Jornal do Brasil anuncia que a cervejaria Princeza vai investir R$300 mil no lançamento da nova versão da Cerveja Preta Black Princess, responsável por todo o faturamento da empresa, a partir de agora a cerveja no consumidor na versão da tradicional garrafa de 600ml e na versão descartável long neck de 300ml. A cervejaria está investindo R$1 milhão na divulgação da marca. Com um quadro de 52 funcionários a fábrica acabou com a linha de produção de refrigerantes e vinhos compostos, passando a investir pesado na Black Princess. A Princeza planeja ainda a construção de uma nova fábrica na baixada fluminense ao custo de R$10 milhões e o lançamento de uma cerveja clara em condições de competir no mercado.

Em 28 de outubro de 1998 foi deferido o pedido de concordata preventiva.

Em 18 de abril de 2000 foi decretada a falência.

Em 16 de julho de 2007 foi à leilão, dos bens arrecadados nos autos da massa falida, as marcas Black Princess, Sul Americana, Princeza, Basel e Sul América no valor R$ 15.000,00 (quinze mil reais), sendo atualizado na data para R$ 16.348,68 (dezesseis mil, trezentos e quarenta e oito reais e sessenta e oito centavos).

9 comentários:

Caio Boiteux disse...

Foi com emocao que li sobre a historia da Cervejaria Princesa, pois ela fez parte da minha infancia e juventude.Sou descendente de Luiz Antonio Machado,meu avo,eAffonso Freire D"Almeida,tio-avo, e visitei muito a fabrica na companhia de meu pai,Orlando da Silva Machado,ja falecido.Bebi muito guarana Princesa,que chegava na minha casa mensalmente.Foi muito enriquecedor e bastante gratificante.

HELOISA CORREA disse...

Lembro aos domingos o meu pai tomando Black Princes antes do almoço beliscando carne assada com torradas.

Anônimo disse...

Toda empresa que não investe pesadamente na formação de seus funcionários está fadada a ter o mesmo fim que teve a nossa amada Cervejaria Princeza.

Lapin disse...

Boa Tarde, meu pai era o responsável pelo fabrico das cervejas: Pá, Conceição e Trasmontana!
Interessa rótulos?
Saudações

Anônimo disse...

Meu pai trabalhou e se aposentou nessa empresa... ele trabalhou nos serviços gerais. Quebrados de galhos. Foi ele que inventou um tal forno q só vivia pivando e lá ia ele consertar. Até q ficou velhinho e foi trabalhar na portaria.

Jose Frias disse...

Meu pai bebeu muita black princess nas decadas de 1950 e 60 e eu tambem. A de hoje não se compara. Gostaria muito que o fabricante recuperasse a antiga receita.

Unknown disse...

QUANDO CRIANÇA ESCUTAVA NO RADIO A PROPAGANDA DA SUL AMERICANA, BLACK PRINCE E GUARANA PRINCESA. PARECE QUE NO RJ TUDO FRACASSA. E CHEGA UM BANDO DE INTRUJAO E PASSA A FABRICAR A CERVEJA E DIZ QUE SÃO OS FUNDADORES DA MARCA.

Anônimo disse...

Cadê a " preta barriguda " champanhada , de garrafa tipo champanhe e de alta fermentação.E que deixava uma " nata " nofundo do copo ?
Ninguém fez mais igual , nem parecido.

Anônimo disse...

Trabalhando nêsse ramo industrial desde 1970 , era um deslumbre quando vínhamos de São Paulo , de trem , idos 1978 e na periferia da cidade avistávamos a fábrica da Cervejaria Princesa , cujos caminhões de distribuição cheguei a ver rodar pelo centro naquela época . Tempos românticos das cervejas personalíssimas , como a Black Princess , Sul Americana , Bohêmia , Cascatinha da Hanseática , a Portuguesa da Antarctica e tantas mais .Globalização engoliu as menores e até a gigante Jacarepguá da Antarctica foi ao chão , literalmente . No entanto hoje podemos visitar a fábrica da Bohemia na Alfredo Pachá , em Petrópolis , que foi restaurada pela Ambev em 2016, e permite conhecer o processo de fabricação , incluindo degustação e acesso a restaurante com comidas típicas em local montado para visitação turística , nas próprias edificações , Ricardo C. Forghieri , Antarctica de 1970 a 2000.

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