Baseado no texto: Rua da Guarda Velha - Wiki urbs.
Para se falar na Fábrica de Cerveja Guarda Velha é necessário citar em primeiro lugar a Rua da Guarda Velha que foi quem lhe deu o nome.
A gravura, reproduzida da Ilustração Brasileira de 1878, mostra o começo da Rua da Guarda Velha (trecho absorvido pelo novo jardim do largo da Carioca), vendo-se, ao centro, o antigo edifício da Imprensa Nacional, em estilo gótico manuelino, construído quatro anos antes pelo Visconde do Rio Branco, então Ministro da Fazenda, e, no canto, à direita, parte do velho chafariz da Carioca e a escadaria para o convento e igrejas de Santo Antônio e São Francisco da Penitência. Por cima do telhado da Imprensa Nacional, vislumbra-se, ao fundo, a coberta do Teatro Lyrico, também já desaparecido.
Mas vamos ao que interessa, a inauguração do chafariz da Carioca deu novo impulso à urbanização do Rio de Janeiro, e, finalmente, durante o governo de Gomes Freire (Conde de Bobadela, 1733-63), fez-se um aterro no antigo caminho, aberto no século da colonização, à margem da lagoa de Santo Antônio, ligando a Carioca ao Largo da Mãe do Bispo (na Cinelândia), facultando a abertura de uma rua neste trajeto. O povo a chamou de Rua Bobadela, homenageando seu governador Conde de Bobadela. A rua iniciava junto ao chafariz, onde havia onde havia uma guarita com uma sentinela, no local onde esteve até recentemente o Hotel Avenida.
Atendendo aos reclamos dos frades do convento contra a algazarra produzida pelos escravos que iam ao chafariz da carioca recolher água para seus senhores, mormente em ocasiões de seca, quando os aguadeiros, disputavam a primazia em encher seus barris e potes. Gomes Freire determinou que além da obrigatoriedade de se organizar uma fila, fosse mantida a ordem, para vigiar a aplicação da regra, foi instituido um posto de guarda chamado pelo povo de Guarda Nova, em contraste com a anterior guarita da Guarda Velha, nome que com o tempo passou a ser também o da Rua Bobadela.
O apelido ficou e, apesar de ter recebido em 14 de maio de 1888 a atual denominação de Treze de Maio, em memória da data da abolição da escravatura no Brasil, ainda no começo deste século muitos não a conheciam senão por aquele nome.
A rua começou a se ligar a uma atividade artística quando, em 1854, ali se construiu o Circo Olympico, mais conhecido como Circo Guarda Velha. Construído na base do Morro de Santo Antônio, em um vasto terreno de propriedade de Bartolomeu Corrêa da Silva.
Depois de algumas dezenas de anos a construção precária do circo foi demolida para poder ser erguido o Imperial Teatro D. Pedro II. Esse teatro, durante mais de 30 anos, foi um dos centros da vida cultural e de comparecimento da sociedade elegante do Rio, foi o melhor teatro da cidade. Ficava na Rua da Guarda Velha (depois Treze de Maio) com a Rua Senador Dantas (esquina mais tarde conhecida como Tabuleiro da Baiana). O antigo Imperial Teatro Dom Pedro II foi inaugurado no dia 19 de fevereiro de 1871, em pleno Carnaval, com um grande baile de máscaras. Após a República, passou a chamar-se Teatro Lyrico. Foi demolido em abril de 1934.
Em 1864, o industrial Bartolomeu Corrêa da Silva inaugurou em frente ao Circo Olympico, uma das primeiras fábricas de cerveja do país. Por ser uma cerveja de baixa fermentação e não existir ainda a chapinha, as garrafas eram tampadas com rolhas de cortiça presas a barbantes, o povo passou a designar o produto como cerveja marca barbante.
Contíguo ao estabelecimento fabril, instalou um parque pitoresco com mesas e cadeiras, à sombra de árvores e para incrementar ainda mais o negócio, contrataram-se músicos, o que acabaria originando o Café-Concerto da Guarda Velha. Freqüentado por artistas de diversas nacionalidades, transformou-se em um dos locais mais movimentados da vida noturna do século. Aos domingos e feriados e nas tardes calmosas, o jardim enchia-se literalmente, havendo uns bailes famosos que fizeram época.
Em pouco tempo, a cervejaria ganhou fama e o carioca referindo–se ao local ou à saborosa bebida, começou a chamar-lhe Cervejaria da Guarda Velha e cerveja Guarda Velha. O fabricante cedeu à sugestão popular: rotulou seu produto com esse nome.
Este ambiente festivo que envolvia a publicidade do consumo da cerveja era entretido, com muito empenho, pela Fábrica de Cerveja da Guarda-Velha que promovia, em seus jardins, concertos musicais pela bem conhecida banda de música dos alemães. Da mesma forma que a Sociedade de Dança Recreio Guanabarense,utilizava o salão da fábrica, aos domingos, para aí realizar, ainda que chovesse, o baile de costume, prevenindo a seus associados que deveriam retirar os “seus cartões até às 7 horas da noite; as damas não têm entrada sem cartão (Jornal do Commercio)
Em 1872, a Fábrica de Cerveja Guarda Velha, passa a ter como responsável Joaquim José Rodrigues Machado.
Em 1877, neste estabelecimento encontra-se um excelente moinho de traçar cevada marca Redidier & Simonel, duas grandes caldeiras: uma de 8.000 e outra de 3.000 garrafas de capacidade, três grandes tinas de fermentação e 16 toneis na adega. Uma máquina de força de 5 cavalos completa o maquinismo de produção da cervejaria. Calcula-se que o consumo anual no espaço da cervejaria chegue a 120.000 garrafas e a venda para diversos estabelecimentos, hotéis, botequins, casas de pasto e particulares deve elevar-se a 400.000 garrafas.
Em 16 de março de 1884, a Gazeta de Noticias publica a notícia que na semana de 8 a 24 de março foi arquivado na Junta Comercial da Côrte o contrato entre Joaquim José Rodrigues Machado e Emilio Gabel para o negócio de fábrica de cerveja à Rua da Guarda Velha nº 12, sob a firma Machado & Gabel. Em 9 de julho de 1884, falece Joaquim José Rodrigues Machado vitimado por um lamentável acidente na construção de um novo salão de baile na Fábrica de cerveja Guarda Velha.
Poucos meses depois, no dia 24 de dezembro, falece Emilio Gabel e logo sua esposa assume a sua posição na direção da Fábrica de Cerveja Guarda Velha.
Ainda em 1885, quando foi aberta a Rua Senador Dantas, ela desembocou justamente onde corria o gradil e se abria o portão da Cervejaria da Guarda Velha. Mudou-se, então, a fábrica para o prédio n.º 52 do novo logradouro e o parque para o lado oposto, no n.º 57, ocupando um terreno de 53 metros de frente por 28 de fundos, no sopé do morro de Santo Antônio. Entrava-se no parque, todo plantado de amendoeiras e palmeiras, por um airoso portão de ferro. No interior, havia um chalé e, em torno, cerca de 200 mesinhas de ferro, pintadas de verde e caramanchões. A música fazia se ouvir em dobrados, valsas, polcas e maxixes e a alegria mais comunicativa se derramava pela multidão em fervente garrulice. Este segundo jardim da Guarda Velha veio até aos nossos dias.
Em 5 de julho de 1889, o jornal Gazeta de Noticias publica o arquivamento na Junta Comercial do Rio de Janeiro do contrato comercial entre Anna Gabel e Theodulo Pupo de Moraes para o fabrico de cerveja e comercio de botequim à Rua Senador Dantas nº 52, com o capital de 150:000$000 sob a firma Viuva Gabel & Cia.
A cervejaria produzia as cervejas: Dupla, Simples e Especial e foi premiada com a Medalha de ouro Na Exposição Universal de Paris de 1889.
Em 26 de dezembro de 1891, a filha da Viúva Gabel se casa com Joaquim Alfredo da Cunha Lages, um pernambucano nascido em 6 de junho de 1864 que veio para o Rio de Janeiro em 1885, tendo se empregado na fábrica de cerveja em 1886.
Em 1898 são admitidos na firma Viuva Gabel & Cia, como sócios o genro Joaquim Alfredo da Cunha Lages e o filho Gustavo Gabel.
Em 2 de janeiro de 1900 é feito o registro da cerveja Guiné, sob o nº 2.834 da Junta Comercial do Rio de Janeiro.
Em 22 de fevereiro de 1901, falece a viúva Anna Gabel em sua residência à Rua Senador Dantas 52A.
Em 26 de novembro, desse mesmo ano, com a saída do sócio Theodulo Pupo de Moraes é extinta a firma Viúva Gabel & Cia. e os filhos herdeiros, Gustavo, Pedro e Olga e o antigo sócio Joaquim Alfredo da Cunha Lages fundam a firma Lages, Gabel & Cia - Cervejaria Guarda Velha.
Em 19 de outubro de 1906, o jornal Gazeta de Noticias, publica o requerimento feito em 11 de outubro, junto à Junta Comercial do Rio de Janeiro por Manuel Alves da Nóbrega & Cia, para ser anotada sua firma nos registros das marcas: D. Carlos e Lages, registradas sob os números 3.376 e 3.357, respectivamente, por compra da fábrica da finada Anna Gabel.
Em 27 de fevereiro de 1907, Manoel da Nóbrega & Cia., requer o alvará de licença para funcionar como fábrica de cerveja e fábrica de cigarros, marca Bufalo, mudando o nome fantasia para Centro Industrial - Antiga Guarda Velha.
Em 10 de abril de 1907 foi registrado sob o nº 5.094 da Junta Comercial do Rio de Janeiro, a cerveja Extra-stout Fortificante, marca Urso, antiga Cerveja estomacal Guarda Velha por Manoel da Nóbrega & Cia.
Em 18 de agosto de 1909, é registrada por Manoel da Nóbrega & Cia., na Junta Comercial do Rio de Janeiro, a Cerveja Democrata.
Em 6 de dezembro de 1909, Manoel da Nóbrega & Cia registra as cervejas Ruy Barbosa e Marechal Hermes sob os números 6.467 e 6.468 da Junta Comercial do Rio de Janeiro, respectivamente.
Em 3 de outubro de 1911, é concedida licença à Manoel de Nóbrega para a compra do terreno onde se acham edificados os prédios 52 e 52A da Rua Senador Dantas, pertencentes aos herdeiros de Emilio e Anna Gabel.
Em 1912 deixa de fabricar cerveja e passa a fabricar somente cigarros, O Lyceu Literário Portuguez é instalado no prédio.
17 de agosto de 1913, anuncia no jornal a venda do maquinário para fabricação de cerveja.
Em 23 de maio de 1914 o Jornal do Brasil publica o contrato entre Manuel Duran, Raphael Salgado e Generoso Garrido Alves para o comércio de cerveja à Rua Visconde do Rio Branco nº 49, com o capital de 43:000$000 (Quarenta e três contos de Réis), sob a firma Duran, Salgado & Garrido.
Em 27 de setembro de 1915 é arquivado na Junta Comercial do Rio de Janeiro, o contrato entre Raphael Salgado e Generoso Garrido Alvarez para o comércio de cerveja à Rua Visconde do Rio Branco nº49, com o capital de 30:000&000 (Trinta contos de Réis), sob a firma Salgado & Garrido.
Em 10 de novembro de 1915, a firma Salgado & Garrido, registra a Fábrica de Cerveja Guarda Velha, e sob o nº 10.709 da Junta Comercial do Rio de Janeiro registra a Cerveja Guarda Velha.
Em 1924, Generoso Garrido Alvarez assume individualmente a Cervejaria Guarda Velha, mudando de endereço para a Rua do Riachuelo nº 13.
Em 27 de outubro de 1928, a Cervejaria Guarda Velha, de Generoso Garrido Alvarez, registra o engarrafamento de Vinho do Rio Grande, marca Saccadura, sob o nº 12.556.
Em 3 de setembro de 1929, o Juiz da 3ª Vara Cível defere o pedido, feito em 29 de agosto, de concordata preventiva de Generoso Garrido Alvarez.
Em 12 de dezembro de 1934, O Juiz da 4ª Vara Cível decreta a falência de Generoso Garrido Alvarez - Fábrica de Cerveja Guarda Velha. Encerrando assim, cerca de 70 anos de utilização da marca Guarda Velha.
A gravura, reproduzida da Ilustração Brasileira de 1878, mostra o começo da Rua da Guarda Velha (trecho absorvido pelo novo jardim do largo da Carioca), vendo-se, ao centro, o antigo edifício da Imprensa Nacional, em estilo gótico manuelino, construído quatro anos antes pelo Visconde do Rio Branco, então Ministro da Fazenda, e, no canto, à direita, parte do velho chafariz da Carioca e a escadaria para o convento e igrejas de Santo Antônio e São Francisco da Penitência. Por cima do telhado da Imprensa Nacional, vislumbra-se, ao fundo, a coberta do Teatro Lyrico, também já desaparecido.
Mas vamos ao que interessa, a inauguração do chafariz da Carioca deu novo impulso à urbanização do Rio de Janeiro, e, finalmente, durante o governo de Gomes Freire (Conde de Bobadela, 1733-63), fez-se um aterro no antigo caminho, aberto no século da colonização, à margem da lagoa de Santo Antônio, ligando a Carioca ao Largo da Mãe do Bispo (na Cinelândia), facultando a abertura de uma rua neste trajeto. O povo a chamou de Rua Bobadela, homenageando seu governador Conde de Bobadela. A rua iniciava junto ao chafariz, onde havia onde havia uma guarita com uma sentinela, no local onde esteve até recentemente o Hotel Avenida.
Atendendo aos reclamos dos frades do convento contra a algazarra produzida pelos escravos que iam ao chafariz da carioca recolher água para seus senhores, mormente em ocasiões de seca, quando os aguadeiros, disputavam a primazia em encher seus barris e potes. Gomes Freire determinou que além da obrigatoriedade de se organizar uma fila, fosse mantida a ordem, para vigiar a aplicação da regra, foi instituido um posto de guarda chamado pelo povo de Guarda Nova, em contraste com a anterior guarita da Guarda Velha, nome que com o tempo passou a ser também o da Rua Bobadela.
O apelido ficou e, apesar de ter recebido em 14 de maio de 1888 a atual denominação de Treze de Maio, em memória da data da abolição da escravatura no Brasil, ainda no começo deste século muitos não a conheciam senão por aquele nome.
A rua começou a se ligar a uma atividade artística quando, em 1854, ali se construiu o Circo Olympico, mais conhecido como Circo Guarda Velha. Construído na base do Morro de Santo Antônio, em um vasto terreno de propriedade de Bartolomeu Corrêa da Silva.
Depois de algumas dezenas de anos a construção precária do circo foi demolida para poder ser erguido o Imperial Teatro D. Pedro II. Esse teatro, durante mais de 30 anos, foi um dos centros da vida cultural e de comparecimento da sociedade elegante do Rio, foi o melhor teatro da cidade. Ficava na Rua da Guarda Velha (depois Treze de Maio) com a Rua Senador Dantas (esquina mais tarde conhecida como Tabuleiro da Baiana). O antigo Imperial Teatro Dom Pedro II foi inaugurado no dia 19 de fevereiro de 1871, em pleno Carnaval, com um grande baile de máscaras. Após a República, passou a chamar-se Teatro Lyrico. Foi demolido em abril de 1934.
Em 1864, o industrial Bartolomeu Corrêa da Silva inaugurou em frente ao Circo Olympico, uma das primeiras fábricas de cerveja do país. Por ser uma cerveja de baixa fermentação e não existir ainda a chapinha, as garrafas eram tampadas com rolhas de cortiça presas a barbantes, o povo passou a designar o produto como cerveja marca barbante.
Contíguo ao estabelecimento fabril, instalou um parque pitoresco com mesas e cadeiras, à sombra de árvores e para incrementar ainda mais o negócio, contrataram-se músicos, o que acabaria originando o Café-Concerto da Guarda Velha. Freqüentado por artistas de diversas nacionalidades, transformou-se em um dos locais mais movimentados da vida noturna do século. Aos domingos e feriados e nas tardes calmosas, o jardim enchia-se literalmente, havendo uns bailes famosos que fizeram época.
Em pouco tempo, a cervejaria ganhou fama e o carioca referindo–se ao local ou à saborosa bebida, começou a chamar-lhe Cervejaria da Guarda Velha e cerveja Guarda Velha. O fabricante cedeu à sugestão popular: rotulou seu produto com esse nome.
Este ambiente festivo que envolvia a publicidade do consumo da cerveja era entretido, com muito empenho, pela Fábrica de Cerveja da Guarda-Velha que promovia, em seus jardins, concertos musicais pela bem conhecida banda de música dos alemães. Da mesma forma que a Sociedade de Dança Recreio Guanabarense,utilizava o salão da fábrica, aos domingos, para aí realizar, ainda que chovesse, o baile de costume, prevenindo a seus associados que deveriam retirar os “seus cartões até às 7 horas da noite; as damas não têm entrada sem cartão (Jornal do Commercio)
Em 1872, a Fábrica de Cerveja Guarda Velha, passa a ter como responsável Joaquim José Rodrigues Machado.
Em 1877, neste estabelecimento encontra-se um excelente moinho de traçar cevada marca Redidier & Simonel, duas grandes caldeiras: uma de 8.000 e outra de 3.000 garrafas de capacidade, três grandes tinas de fermentação e 16 toneis na adega. Uma máquina de força de 5 cavalos completa o maquinismo de produção da cervejaria. Calcula-se que o consumo anual no espaço da cervejaria chegue a 120.000 garrafas e a venda para diversos estabelecimentos, hotéis, botequins, casas de pasto e particulares deve elevar-se a 400.000 garrafas.
Em 16 de março de 1884, a Gazeta de Noticias publica a notícia que na semana de 8 a 24 de março foi arquivado na Junta Comercial da Côrte o contrato entre Joaquim José Rodrigues Machado e Emilio Gabel para o negócio de fábrica de cerveja à Rua da Guarda Velha nº 12, sob a firma Machado & Gabel. Em 9 de julho de 1884, falece Joaquim José Rodrigues Machado vitimado por um lamentável acidente na construção de um novo salão de baile na Fábrica de cerveja Guarda Velha.
Poucos meses depois, no dia 24 de dezembro, falece Emilio Gabel e logo sua esposa assume a sua posição na direção da Fábrica de Cerveja Guarda Velha.
Ainda em 1885, quando foi aberta a Rua Senador Dantas, ela desembocou justamente onde corria o gradil e se abria o portão da Cervejaria da Guarda Velha. Mudou-se, então, a fábrica para o prédio n.º 52 do novo logradouro e o parque para o lado oposto, no n.º 57, ocupando um terreno de 53 metros de frente por 28 de fundos, no sopé do morro de Santo Antônio. Entrava-se no parque, todo plantado de amendoeiras e palmeiras, por um airoso portão de ferro. No interior, havia um chalé e, em torno, cerca de 200 mesinhas de ferro, pintadas de verde e caramanchões. A música fazia se ouvir em dobrados, valsas, polcas e maxixes e a alegria mais comunicativa se derramava pela multidão em fervente garrulice. Este segundo jardim da Guarda Velha veio até aos nossos dias.
Em 5 de julho de 1889, o jornal Gazeta de Noticias publica o arquivamento na Junta Comercial do Rio de Janeiro do contrato comercial entre Anna Gabel e Theodulo Pupo de Moraes para o fabrico de cerveja e comercio de botequim à Rua Senador Dantas nº 52, com o capital de 150:000$000 sob a firma Viuva Gabel & Cia.
A cervejaria produzia as cervejas: Dupla, Simples e Especial e foi premiada com a Medalha de ouro Na Exposição Universal de Paris de 1889.
Em 26 de dezembro de 1891, a filha da Viúva Gabel se casa com Joaquim Alfredo da Cunha Lages, um pernambucano nascido em 6 de junho de 1864 que veio para o Rio de Janeiro em 1885, tendo se empregado na fábrica de cerveja em 1886.
Em 1898 são admitidos na firma Viuva Gabel & Cia, como sócios o genro Joaquim Alfredo da Cunha Lages e o filho Gustavo Gabel.
Em 2 de janeiro de 1900 é feito o registro da cerveja Guiné, sob o nº 2.834 da Junta Comercial do Rio de Janeiro.
Em 22 de fevereiro de 1901, falece a viúva Anna Gabel em sua residência à Rua Senador Dantas 52A.
Em 26 de novembro, desse mesmo ano, com a saída do sócio Theodulo Pupo de Moraes é extinta a firma Viúva Gabel & Cia. e os filhos herdeiros, Gustavo, Pedro e Olga e o antigo sócio Joaquim Alfredo da Cunha Lages fundam a firma Lages, Gabel & Cia - Cervejaria Guarda Velha.
Em 19 de outubro de 1906, o jornal Gazeta de Noticias, publica o requerimento feito em 11 de outubro, junto à Junta Comercial do Rio de Janeiro por Manuel Alves da Nóbrega & Cia, para ser anotada sua firma nos registros das marcas: D. Carlos e Lages, registradas sob os números 3.376 e 3.357, respectivamente, por compra da fábrica da finada Anna Gabel.
Em 27 de fevereiro de 1907, Manoel da Nóbrega & Cia., requer o alvará de licença para funcionar como fábrica de cerveja e fábrica de cigarros, marca Bufalo, mudando o nome fantasia para Centro Industrial - Antiga Guarda Velha.
Em 10 de abril de 1907 foi registrado sob o nº 5.094 da Junta Comercial do Rio de Janeiro, a cerveja Extra-stout Fortificante, marca Urso, antiga Cerveja estomacal Guarda Velha por Manoel da Nóbrega & Cia.
Em 18 de agosto de 1909, é registrada por Manoel da Nóbrega & Cia., na Junta Comercial do Rio de Janeiro, a Cerveja Democrata.
Em 6 de dezembro de 1909, Manoel da Nóbrega & Cia registra as cervejas Ruy Barbosa e Marechal Hermes sob os números 6.467 e 6.468 da Junta Comercial do Rio de Janeiro, respectivamente.
Em 3 de outubro de 1911, é concedida licença à Manoel de Nóbrega para a compra do terreno onde se acham edificados os prédios 52 e 52A da Rua Senador Dantas, pertencentes aos herdeiros de Emilio e Anna Gabel.
Em 1912 deixa de fabricar cerveja e passa a fabricar somente cigarros, O Lyceu Literário Portuguez é instalado no prédio.
17 de agosto de 1913, anuncia no jornal a venda do maquinário para fabricação de cerveja.
Em 23 de maio de 1914 o Jornal do Brasil publica o contrato entre Manuel Duran, Raphael Salgado e Generoso Garrido Alves para o comércio de cerveja à Rua Visconde do Rio Branco nº 49, com o capital de 43:000$000 (Quarenta e três contos de Réis), sob a firma Duran, Salgado & Garrido.
Em 27 de setembro de 1915 é arquivado na Junta Comercial do Rio de Janeiro, o contrato entre Raphael Salgado e Generoso Garrido Alvarez para o comércio de cerveja à Rua Visconde do Rio Branco nº49, com o capital de 30:000&000 (Trinta contos de Réis), sob a firma Salgado & Garrido.
Em 10 de novembro de 1915, a firma Salgado & Garrido, registra a Fábrica de Cerveja Guarda Velha, e sob o nº 10.709 da Junta Comercial do Rio de Janeiro registra a Cerveja Guarda Velha.
Em 1924, Generoso Garrido Alvarez assume individualmente a Cervejaria Guarda Velha, mudando de endereço para a Rua do Riachuelo nº 13.
Em 3 de setembro de 1929, o Juiz da 3ª Vara Cível defere o pedido, feito em 29 de agosto, de concordata preventiva de Generoso Garrido Alvarez.
Em 12 de dezembro de 1934, O Juiz da 4ª Vara Cível decreta a falência de Generoso Garrido Alvarez - Fábrica de Cerveja Guarda Velha. Encerrando assim, cerca de 70 anos de utilização da marca Guarda Velha.
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