Texto: baseado em notícias do Jornal Correio do Munícipio de Montenegro - RS
Em 1878 chega ao Brasil o alemão, nascido na cidade de Dassau, Gustav (Gustavo) Jahn, filho de Heinrich Rudolph Jahn e Wilhelmine Jahn-Belger e se estabelece na Vila de São João do Montenegro - RS (atual Montenegro).
Ele, juntamente com Ernesto Jansen, havia sido contratado para trabalhar como tecelão na indústria de Felipe Keller, por volta de 1870. Eles trabalharam naquela fábrica até o seu fechamento.
Em 1886 casou com a filha do seu patrão chamada Guilhermina Keller, este casamento gerou quatro filhos: Carlos Gustavo, Ricardo, Willy e Luiza e permaneceu em Montenegro trabalhando como professor.
Gustavo Jahn foi um dos maiores empresários montenegrinos. Além disso, era um grande músico. Foi regente de coral, maestro de orquestra e presidente da Sociedade Germânia (que depois se tornou o Clube Riograndense). Transmitiu aos filhos o gosto pela música. Sua esposa, Guilhermina, foi uma das principais responsáveis pela construção do Hospital Montenegro, com o apoio da comunidade evangélica luterana, à qual pertencia, e de toda a comunidade montenegrina.
Por volta de 1892, fundou uma fábrica de cerveja em pequena escala, na rua Buarque de Macedo, na saída da vila de Montenegro que devido a sua tenaz perseverança e concentração no trabalho, progrediu muito.
Em 1896, ele construiu o prédio na rua Capitão Cruz esquina da rua São João. Prédio grandioso, para a época. Em 1898 a fábrica começou a funcionar no novo prédio. Em 1902, a empresa empregava três operários e produzia de quatro a cinco mil garrafas por mês. Jahn produzia a cerveja pelo método da alta fermentação. A empresa também produzia gasosa e água mineral. A cevada e lúpulo, principais matérias primas da cerveja, eram importadas da Europa. Em 1909, Gustavo Jahn ampliou e modernizou a sua fábrica para produzir cerveja de baixa fermentação. Produto de maior qualidade. Para isso, mandou seu filho Ricardo para a Alemanha, estudar a técnica de produção dessa cerveja mais sofisticada. Em 27 de outubro de 1910, o Jornal Correio do Município, de Montenegro, noticia que o senhor Gustavo Jahn comprou a fábrica de cerveja de José Mario Christofari, localizada nos subúrbios desta vila.
Em 29 de outubro de 1911, Gustavo Jahn regressa da Alemanha para onde havia ido no início do mês para conhecer e comprar novas máquinas para sua cervejaria.
Em 11 de fevereiro de 1912, retorna da Alemanha o filho Ricardo Jahn que partiu em março de 1910 para fazer o curso de cervejaria. Nesta mesma data o Jornal Correio do Município publica: “...Já estão chegando da Alemanha as novas machinas para a cervejaria do Senhor Jahn que pretende fazer funcional-as em novembro do corrente anno...”
Em 6 de junho de 1912, o Jornal Correio do Município publica: “... O edifício que o Sr. Gustavo Jahn está construindo para funcionamento de sua nova fábrica, já recebeu a cumieira...”.
Em 28 de junho de 1912, foi concluída a construção da chaminé da fábrica, que passou a ser um marco de Montenegro
Em 17 de outubro de 1912 iniciou a fabricação de cerveja pelo sistema de baixa fermentação na nova fábrica da rua Buarque de Macedo (atual Pizzaria Casarão). Essa nova fábrica que deverá ser inaugurada em fins de novembro ou princípio de dezembro, teve aumentado o edifício de sua antiga fábrica onde adaptou-o com mecanismos e utensílios importados da Alemanha e que mais ou menos são os seguintes: filtro, maquina para engarrafamento, lavadeiras de garrafas, 3 tinas para fermentação, tendo cada uma a capacidade de 6000 garrafas, 12 tanques para depositar cerveja também com capacidade de 6000 garrafas cada um, resfriador, aquentador, misturador de cevada, etc.
O motor tem a força de 60 cavalos e o compressor de 36, tendo a caldeira 72 metros quadrados de superfície de calor.
A água para a fabricação de cerveja e gelo é tirada do rio Cahy que fica distante da fábrica 1200 metros. A bomba, que é movida a eletricidade fornece 20 metros cúbicos de água por hora.
São bem espaçosos os dois porões frigoríficos próprios para a fermentação e depósito da cerveja.
O fabrico da cerveja deverá atingir 5000 garrafas diárias e a importância despendida com a montagem da fábrica e o aumento do prédio eleva-se a 200 contos de réis.
A nova cerveja tinha a marca União, classificada como Münchner Brauart (tipo de Munique).
Pelo decreto estadual n° 2026, de 14-10-1913. o Distrito de São João do Monte Negro foi Elevado à condição de cidade com a denominação de São João de Montenegro e pelo decreto estadual n° 1, de 20-01-1916, o município São João de Montenegro passou a denominar-se simplesmente Montenegro.
Depois passou a produzir a cerveja da marca Primor, classificada como Pilsener Brauart (tipo pilsen), que tornou-se a mais vendida e conquistou mercado no estado inteiro. Outra marca bem aceita foi a cerveja preta chamada Montenegrina, própria para ser bebida no inverno.
A fábrica trabalhava com 20 funcionários. A alta qualidade dos produtos garantiu à cervejaria Jahn a medalha de ouro na Exposição Estadual de 1916.
Em 19 de outubro de 1917, Gustavo Jahn veio a falecer e seus filhos: Carlos Gustavo e Ricardo, continuaram a administrar a fábrica.
Em 1924 a produção anual da empresa chegava a um milhão de garrafas.
Em 1935, na exposição comemorativa à Revolução Farroupilha, os produtos da Jahn concorreram com as maiores cervejarias do estado e venceram a competição recebendo a medalha de ouro.
A Cervejaria Jahn estava no auge quando, em fins de 1939, aconteceu uma verdadeira desgraça: a Segunda Guerra Mundial. No ano seguinte começou a faltar a matéria prima importada para a produção das cervejas e a empresa encerrou suas atividades.
Ele, juntamente com Ernesto Jansen, havia sido contratado para trabalhar como tecelão na indústria de Felipe Keller, por volta de 1870. Eles trabalharam naquela fábrica até o seu fechamento.
Em 1886 casou com a filha do seu patrão chamada Guilhermina Keller, este casamento gerou quatro filhos: Carlos Gustavo, Ricardo, Willy e Luiza e permaneceu em Montenegro trabalhando como professor.
Gustavo Jahn foi um dos maiores empresários montenegrinos. Além disso, era um grande músico. Foi regente de coral, maestro de orquestra e presidente da Sociedade Germânia (que depois se tornou o Clube Riograndense). Transmitiu aos filhos o gosto pela música. Sua esposa, Guilhermina, foi uma das principais responsáveis pela construção do Hospital Montenegro, com o apoio da comunidade evangélica luterana, à qual pertencia, e de toda a comunidade montenegrina.
Por volta de 1892, fundou uma fábrica de cerveja em pequena escala, na rua Buarque de Macedo, na saída da vila de Montenegro que devido a sua tenaz perseverança e concentração no trabalho, progrediu muito.
Em 1896, ele construiu o prédio na rua Capitão Cruz esquina da rua São João. Prédio grandioso, para a época. Em 1898 a fábrica começou a funcionar no novo prédio. Em 1902, a empresa empregava três operários e produzia de quatro a cinco mil garrafas por mês. Jahn produzia a cerveja pelo método da alta fermentação. A empresa também produzia gasosa e água mineral. A cevada e lúpulo, principais matérias primas da cerveja, eram importadas da Europa. Em 1909, Gustavo Jahn ampliou e modernizou a sua fábrica para produzir cerveja de baixa fermentação. Produto de maior qualidade. Para isso, mandou seu filho Ricardo para a Alemanha, estudar a técnica de produção dessa cerveja mais sofisticada. Em 27 de outubro de 1910, o Jornal Correio do Município, de Montenegro, noticia que o senhor Gustavo Jahn comprou a fábrica de cerveja de José Mario Christofari, localizada nos subúrbios desta vila.
Em 29 de outubro de 1911, Gustavo Jahn regressa da Alemanha para onde havia ido no início do mês para conhecer e comprar novas máquinas para sua cervejaria.
Em 11 de fevereiro de 1912, retorna da Alemanha o filho Ricardo Jahn que partiu em março de 1910 para fazer o curso de cervejaria. Nesta mesma data o Jornal Correio do Município publica: “...Já estão chegando da Alemanha as novas machinas para a cervejaria do Senhor Jahn que pretende fazer funcional-as em novembro do corrente anno...”
Em 6 de junho de 1912, o Jornal Correio do Município publica: “... O edifício que o Sr. Gustavo Jahn está construindo para funcionamento de sua nova fábrica, já recebeu a cumieira...”.
Em 28 de junho de 1912, foi concluída a construção da chaminé da fábrica, que passou a ser um marco de Montenegro
Em 17 de outubro de 1912 iniciou a fabricação de cerveja pelo sistema de baixa fermentação na nova fábrica da rua Buarque de Macedo (atual Pizzaria Casarão). Essa nova fábrica que deverá ser inaugurada em fins de novembro ou princípio de dezembro, teve aumentado o edifício de sua antiga fábrica onde adaptou-o com mecanismos e utensílios importados da Alemanha e que mais ou menos são os seguintes: filtro, maquina para engarrafamento, lavadeiras de garrafas, 3 tinas para fermentação, tendo cada uma a capacidade de 6000 garrafas, 12 tanques para depositar cerveja também com capacidade de 6000 garrafas cada um, resfriador, aquentador, misturador de cevada, etc.
O motor tem a força de 60 cavalos e o compressor de 36, tendo a caldeira 72 metros quadrados de superfície de calor.
A água para a fabricação de cerveja e gelo é tirada do rio Cahy que fica distante da fábrica 1200 metros. A bomba, que é movida a eletricidade fornece 20 metros cúbicos de água por hora.
São bem espaçosos os dois porões frigoríficos próprios para a fermentação e depósito da cerveja.
O fabrico da cerveja deverá atingir 5000 garrafas diárias e a importância despendida com a montagem da fábrica e o aumento do prédio eleva-se a 200 contos de réis.
A nova cerveja tinha a marca União, classificada como Münchner Brauart (tipo de Munique).
Pelo decreto estadual n° 2026, de 14-10-1913. o Distrito de São João do Monte Negro foi Elevado à condição de cidade com a denominação de São João de Montenegro e pelo decreto estadual n° 1, de 20-01-1916, o município São João de Montenegro passou a denominar-se simplesmente Montenegro.
Depois passou a produzir a cerveja da marca Primor, classificada como Pilsener Brauart (tipo pilsen), que tornou-se a mais vendida e conquistou mercado no estado inteiro. Outra marca bem aceita foi a cerveja preta chamada Montenegrina, própria para ser bebida no inverno.
A fábrica trabalhava com 20 funcionários. A alta qualidade dos produtos garantiu à cervejaria Jahn a medalha de ouro na Exposição Estadual de 1916.
Em 19 de outubro de 1917, Gustavo Jahn veio a falecer e seus filhos: Carlos Gustavo e Ricardo, continuaram a administrar a fábrica.
Em 1924 a produção anual da empresa chegava a um milhão de garrafas.
Em 1935, na exposição comemorativa à Revolução Farroupilha, os produtos da Jahn concorreram com as maiores cervejarias do estado e venceram a competição recebendo a medalha de ouro.
A Cervejaria Jahn estava no auge quando, em fins de 1939, aconteceu uma verdadeira desgraça: a Segunda Guerra Mundial. No ano seguinte começou a faltar a matéria prima importada para a produção das cervejas e a empresa encerrou suas atividades.
4 comentários:
Olá, fiquei muito feliz em achar isso. Sou bisneta do Ricardo. Minha avó, filha dele, ficou feliz em ler
Olá, caso queira acrescentar algo (texto, foto, etc.) me escreva, (cervisiafilia@yahoo.com.br) fico contente por descobrir que além da história, trouxe um pouco de felicidade a vocês.
Boa tarde...
Muito bom fer essa historia.
Me chamo Gustavo Jahn e tenho o nome em homenagem ao grande empreendedor Alemão (bisavô do meu Pai)
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