domingo, 14 de julho de 2019

Fábrica de Cerveja Rafaelle Buratto / Birraria São Pellegrino




Em 1875 na parte sul da colônia Nova Palmyra divisa com o município de Garibaldi, constituiu-se o primeiro núcleo colonial, em 1877 esse núcleo colonial nos fundos de Nova Palmyra passou a denominar-se Caxias, em 12 de abril de 1884 a colônia foi emancipada e anexada, como distrito, a São Sebastião do Cahy e em 20 de junho de 1890 foi emancipada passando a constituir um município autônomo.

Em 20 de fevereiro de 1879, chegou ao núcleo colonial Caxias, provenientes de Treviso na Itália, o casal Salvatore Sartori e Angela Zancaner acompanhado de seus filhos: Amália, Lino, Luiz, Carolina, Ludovico, Alberto, Maria, Máximo, Guerino e Sétimo. Se estabeleceram primeiramente no lote colonial nº 19 do Travessão Umberto 1º da 6ª légua e após alguns anos mudaram para sede lote 10 da quadra 31 da então rua Silveira Martins, hoje Av. Júlio de Castilho onde se estabeleceram com casa comercial.

A filha do casal Salvatore e Angela, Amália Sartori, nascida em 06 de agosto de 1857, havia deixado na Itália seu noivo Rafaelle Buratto, nascido em 24 de Outubro de 1848 na cidade de Ciano del Montello, na província de Treviso, na região do Vêneto na Itália, filho de Pietro Buratto e Giustina Buratto, que logo após, em 18 de Maio de 1879, também chegou ao Brasil.

Casaram em 21 de Novembro de 1879 na Capela de Santa Tereza de Caxias, o casal teve nove filhos: Hermenegildo, Itália, Égide, Rachel, Ignez, Raymundo, Julieta, Angelina e Olga e criaram mais 7 filhos adotivos. Rafael era tanoeiro e estabeleceu-se onde atualmente fica o jardim do Hospital Pompéia no lote urbano nº 6 da quadra 4. Fabricou as primeiras tinas e pipas para o acondicionamento do vinho e dirigiu a construções de barracões para alojar os imigrantes enquanto aguardavam fixação em seus respectivos lotes rurais.

Em 15 de março de 1882 chegou à colônia o barão João Daniel von Schlabendorff, comprando terras na entrada da cidade. O barão instalou-se à beira da estrada em uma casa simples com sua irmã Alexandrina e abriu um curtume e uma selaria nas proximidades, aproveitando o intenso movimento de colonos, comerciantes e tropeiros com seus cavalos e mulas. O primeiro nome do local foi Morro da Baronesa, devido à presença de Alexandrina. Com eles efetivamente iniciou o povoamento da área, que então era suburbana e ficava a cerca de dois quilômetros do centro, organizado em torno da Praça Dante Alighieri.

Pouco depois o barão casou-se com Maria Sartori, outra filha do casal Salvatore, levou-a para morar em sua casa, mas a esposa tinha sua família e amigos no centro e ressentia-se da solidão, sendo ponto afastado e de difícil acesso naqueles tempos de caminhos precários. Para remediar esta situação, o barão cedeu à sua cunhada Amália Sartori, casada com o tanoeiro Rafael Buratto, uma chácara, de nº 21A do Travessão Santa Teresa, fronteira à sua própria casa, para sua esposa ter maior proximidade e convivência com a irmã.

Após algum tempo, por volta de 1891, Daniel mandou construir para o concunhado uma grande cervejaria ao lado da casa já construída por Raffaele, que então abandona seu antigo ofício e começa a fabricar vários tipos de refrigerantes e uma afamada cerveja que deu notoriedade ao seu estabelecimento.



Em 11 de janeiro de 1912 o periódico Brazil de Caxias do Sul publicou:

Em 11 de agosto de 1913, o periódico "Cittá di Caxias" publica a seguinte propaganda:

Em 22 de novembro de 1925, Rafaelle Buratto falece e em 22 de janeiro de 1946, sua esposa Amália também falece.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Fábrica de Cerveja Herminio dos Santos



As terras que, atualmente, constituem o município de Pedreira - SP, originariamente pertenciam a Amparo - SP e desde o início do século XIX, eram a propriedade rural denominada “Fazenda Grande”, do coronel João Pedro de Godoy Moreira e em 1864 foi dividida na partilha de bens cabendo a seu filho, João Batista de Godoy Moreira a área conhecida como Fazenda Triunfo, onde até abril de 2007, encontrava-se a casa que pertenceu ao fundador de Pedreira. Após a partilha dos bens, João Batista foi adquirindo as terras que foram herdadas pelos seus irmãos e passou a ser o dono do terreno onde hoje se encontra a praça que tem seu nome e que foi o núcleo originário da cidade. Após a morte de seu pai, João Batista assume o seu lugar na família e na política local, adotando também o nome de seu pai, Cel. João Pedro de Godoy Moreira – o moço e torna-se um dos mais prestigiosos chefes políticos de Amparo.

Em 1887 o fundador adquire de Jose Pedro Arruda, um sítio cafeeiro que fazia parte da Fazenda Santa Ana e a anexa à sua “Fazenda Grande".

Em 1889, a partir do loteamento e arruamento de parte de suas terras, nasce, junto ao rio Jaguari, a Vila de Pedreira. O nome da cidade, erroneamente associado por muitos à grande quantidade de pedras, origina-se, na verdade, da abundante presença de "Pedros" na família Godoy Moreira, João Pedro, pai e filho e seus irmãos Bento Pedro, Antonio Pedro e José Pedro (o terreno aonde foi construída a Estação da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, em 1875, foi doado por esse último irmão). Por isso passou a ser conhecida como a Terra dos Pedros, bairro do Pedros, depois, por derivativo, bairro dos Pedreiras, e por fim PEDREIRA.


Em 1914 era inaugurada em Pedreira, a Fábrica de Cerveja Herminio dos Santos, que se localizava na Rua Antonio Pedro, nº 214, nas imediações onde atualmente se encontra a loja Magazine Luiza e o Banco Bradesco, no Centro de Pedreira. A empresa chegou a produzir a cerveja da marca Tato, licores, xaropes e água mineral.

Com as mudanças de nome da Freguezia de Amparo, depois Villa de Pedreira e posteriormente município de Pedreira, há a possibilidade dos dados acima não serem corretos e esta fábrica de cerveja ser bem mais antiga pois o Almanach da Comarca de Amparo faz referencia a ela desde 1896 até 1914.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Fábrica de Cerveja Kronenthal




Vale Real - RS foi colonizado por imigrantes ítalo-germânicos em meados do século XIX. Os primeiros imigrantes alemães começaram a chegar ao Brasil em 1824, alcançando as terras do atual município de Vale Real somente em 1851. Eles eram provenientes das terras da região do Reno, Monzefeld, Mholstein, Oldenburg e Pomerânea. A colonização valerrealense é sobretudo de origem germânica, pois que somente após 1875 é que chegaram os colonos provenientes da Itália. Entre os sobrenomes das primeiras famílias estavam os Finkler, Freiberger, Stoffels, Arenhardt, Staudt, Krewer, Schneider, Puhl, Rauber, Gauer e Schmitz. O antigo nome de Vale Real era Kronenthal, esse nome em alemão é uma homenagem aos colonizadores que batizaram de Kronenthal o local onde a configuração geográfica dos morros em volta do vale do Rio Caí é constituída por um imenso vale cercado por treze morros que formam uma verdadeira coroa natural. Vale Real seria impropriamente traduzido do alemão, já que Kronenthal significaria, literalmente: Vale da Coroa (onde kronen significa coroa e thal significa vale). Localizado ao pé da serra gaúcha, à margem direita do rio Caí, distante 90 quilômetros de Porto Alegre e 34 quilômetros de Caxias do Sul.

Em Vale Real, os traços culturais herdados dos imigrantes são perceptíveis na arquitetura, na música na dança e na culinária, fazendo do município um refúgio dos costumes e tradições do passado com as inovações do presente.

A localidade (colônia) conhecida como Kronenthal tinha como município mãe São Leopoldo de onde fazia parte.
Em 1º de maio de 1875, a Vila de São Sebastião do Cahy se desligou de São Leopoldo se transformando no município de São Sebastião do Cahy e a localidade de Kronenthal foi anexada passando a ser distrito do novo município, tendo papel fundamental na recepção das levas de colonos italianos que se estabeleceram no Campo dos Bugres, que foi batizada de Caxias do Sul. A partir dessa época teve uma fase de grande prosperidade no final do século XIX e no início do século XX. Com uma economia forte devido à produção agrícola, com destaque para o feijão (no final do século XIX) e a alfafa (no início do século XX), e ainda contava com grande movimento comercial.
Em 22 de dezembro de 1888, a então a localidade de Picada Feliz, também pertencente a São Sebastião do Cahy foi elevada à condição de Vila, passando então a chamar-se "Vila Feliz".
Kronenthal teve esse nome até 1938 quando houve uma proibição de se falar a língua alemã, passando a se chamar Vale Real.

Em 17 de fevereiro de 1959, através da Lei Estadual 3.726/1959, foi decretada a emancipação política da Vila Feliz, pertencente a São sebastião do Cahy, que como município passou a se chamar "Feliz", passando Vale Real a ser um de seus distritos.
Em 1988, as pequenas comunidades vizinhas se emanciparam, deixando claro que Vale Real teria plenas condições de fazer o mesmo. No ano seguinte foi empossada a Comissão da Emancipação que redigiu e organizou a documentação necessária para elevar Vale Real de vila a cidade independente. Em 1991, foi realizada a Consulta Plebiscitária entre a população eleitoral, tendo a aprovação popular de 1388 votos a favor, num total de 2054 eleitores.
Em 20 de março de 1992, por força da Lei Nº 9615, criava-se o Município de Vale Real.

Neste ano, 1992, Vale Real integrou suas comunidades transformando as antigas festas de colono na 1ª Kronenthal Fest. já que colonizado por imigrantes italianos e alemães mistura a cultura e tradições das duas etnias na Kronenthal Fest.


Em seu rico passado, Vale Real teve uma das mais importantes casas comerciais da região. A Casa Comercial Reimboldo Stoffels que servia, além de entreposto comercial, como hospedaria, ambulatório e casa de secos e molhados. Além deste importante centro comercial, Vale Real teve também a primeira cervejaria da área, a Fábrica de Cerveja Kronenthal de Mathias Finkler Sobrinho, fundada em 1910 e que existiu até a década de 1930, tendo sido a responsável, em épocas de Kerb, pela distribuição de cervejas e refrigerantes para a comunidade local e região.



terça-feira, 25 de junho de 2019

Centro dos Varejista de Santos


Em Santos - SP, alguns pequenos varejistas resolveram montar uma cooperativa com dupla função: indústria e representante do comércio varejista e com o nome de Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada Centro Varejista de Santos com o intuito de produzir uma cerveja para entrar na briga de mercado pelo consumidor de baixa renda. Instalada no dia 19 de junho de 1904, a linha de produção de cervejas do Centro dos Varejistas de Santos, montada em sistema de cooperativa, iniciava a fabricação de uma bebida forte e refrescante, que prometia conquistar o coração e o paladar dos santistas menos abastados, ou pelo menos daqueles que não tinham condições de consumir as marcas importadas e as forasteiras vindas de outros cantos do Brasil. Produzida na versão escura (preta), a bebida precisava de um nome forte para se consolidar na cidade.

Foi aí que surgiu a ideia de homenagear o fundador santista, o fidalgo “Braz Cubas” fazendo nascer uma marca que participou do cotidiano dos santistas até meados dos anos 30. Quando a estátua em homenagem ao pioneiro santista foi inaugurada, em 1908, o rótulo da nova bebida ganhou o desenho do monumento, e fez o maior sucesso.

No dia 6 de fevereiro de 1928 realizou-se a inauguração do novo maquinário adquirido pelo Centro Varegista de Santos para sua fábrica de bebidas.

Em 1934, a cooperativa, que também fabricava a cerveja clara Mercúrio, anunciava uma série especial da Braz Cubas, trazendo no rótulo a clássica imagem do monumento da Praça da República.

    
Nesta década a fábrica funcionava com sua linha de produção na Vila Mathias, mais precisamente na Rua Senador Feijó, 415, e já produzia, além das cervejas, licores, limonadas, laranjadas, vinhos de fruta, xaropes e até vinagres.
Em 16 de julho de 1941 foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOESP) que a Assembleia Geral Extraordinária, em 23 de junho de 1941, deliberou a mudança do nome Centro Varejista de Santos S/A para Centro Varejista de santos S/A - Industria de Bebidas, cuja ata foi arquivada sob o nº 15406 de Junta Comercial do Estado de São Paulo.

A cooperativa, porém, não durou muito mais tempo. O curioso é que seu endereço, a partir dos anos 70, passou a abrigar a linha de produção da Skol Caracú.